O vice-diretor e porta-voz do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, se manifestou nesta terça-feira (28/06) contra a categorização de “desafio sistêmico” imposta pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), anunciada na última segunda-feira (27/06), contra o país.
“Exigimos que a Otan acabe imediatamente com a divulgação de declarações falsas e provocativas contra a China”, disse. Zhao ainda afirmou que a organização serve como um instrumento para que certos países pudessem manter sua hegemonia ao criarem “inimigos imaginários”.
A China foi definida como um “desafio sistêmico” à aliança militar em um documento que define as prioridades dos membros da organização para a próxima década, chamado “Conceito Estratégico”. Nele, também foi destacada a aproximação da China com a Rússia.
A versão anterior do documento, feita e assinada em 2010, não mencionava a China e classificava a Rússia como um país parceiro, designação que deve ser alterada nesta próxima edição.
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Zhao Lijian, vice-diretor e porta-voz do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores chinês
“Sendo um produto da Guerra Fria e a maior aliança militar no mundo, a Otan tem seguido há muito tempo conceitos de segurança obsoletos. A aliança se tornou há muito tempo um instrumento através do qual certos países mantêm sua hegemonia”, declarou o porta-voz.
A mudança dos termos já era prevista nos últimos dias, segundo informou um funcionário de alto escalão do governo dos Estados Unidos. De acordo com ele, aliados da Otan revelariam novos compromissos de postura e de força para incrementar a aliança militar.
O diplomata pediu que a Otan rejeitasse a mentalidade da Guerra Fria, salientando que a aliança militar já “provocou o caos” na Europa, acrescentando que não era preciso “provocar o caos” também na Ásia e em outras regiões do mundo.
Havia sido comunicado anteriormente que os líderes da Otan aprovariam, durante a cúpula de Madri, um conceito estratégico novo para até 2030. Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança, afirmou que, dentro do conceito renovado, a Rússia seria chamada de “ameaça principal à segurança coletiva”.
(*) Com Sputnik.