Para Rússia, Ocidente reluta em investigar ataques aos gasodutos Nord Stream
Após solicitação russa para investigação de incidentes, ONU declara que 'não está em posição de verificar ou confirmar alegações de sabotagem'
O porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, afirmou nesta quarta-feira (22/02) que os países do Ocidente apresentam uma “clara relutância em realizar uma investigação completa” sobre os ataques aos gasodutos Nord Stream, ocorridos em setembro passado.
“Vemos o desejo deles de não pensar muito neste assunto e fazer gradualmente com que o tema seja abafado. Continuaremos a trabalhar para evitar que façam isso”, enfatizou Peskov, mencionando o posicionamento da ONU sobre a solicitação russa de investigação sobre sabotagem nos gasodutos Nord Stream 1 e 2.
O porta-voz presidencial observou que a discussão no Conselho de Segurança da ONU sobre o ataque mostra que “se conseguiu chamar a atenção para a necessidade de uma investigação transparente e completa”, mas que “há necessidade de confirmar as suspeitas sobre as sabotagens”.
Segundo declaração da subsecretária-geral da ONU, Rosemary DiCarlo, na última terça-feira (21/02), a organização “não está em posição de verificar ou confirmar as alegações de sabotagem dos gasodutos e aguarda as conclusões das investigações em andamento”.
Os ataques ocorreram em 26 de setembro de 2022 em dois gasodutos de exportação russos para a Europa – o Nord Stream 1 e Nord Stream 2.
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Apesar de posicionamento da ONU, porta-voz presidencial declara que houve avanço para realizar investigação transparente e completa
A operadora dos gasodutos, a Nord Stream AG, informou que a situação de emergência nos gasodutos foi inédita e o tempo de reparos não pode ser avaliado.
Na época, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a explosão dos gasodutos foi um óbvio ato de terrorismo. Alemanha, Dinamarca e Suécia não descartaram sabotagem.
Apoio chinês
Também nesta quarta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, pediu pela aceleração das investigações solicitadas pela Rússia contra os gasodutos Nord Stream 1 e 2.
“A China considera necessário realizar uma investigação objetiva, justa e profissional deste caso e levar os culpados à justiça, além de acelerar o processo de investigação para estabelecer a verdade o mais rápido possível”, afirmou o porta-voz.
O diplomata sublinhou que se os culpados não forem identificados, “vão decidir que podem fazer o que quiserem, e até organizar novos ataques terroristas, desestabilizando ainda mais o já instável cenário internacional, o que pode afetar a segurança global”.
(*) Com Sputniknews