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Política e Economia

''Tomar o poder não é construir poder'', diz vice de Evo no Brasil

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''Tomar o poder não é construir poder'', diz vice de Evo no Brasil

Ana Helena Tavares

2010-12-14T21:07:00.000Z

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A Bolívia "refundada" desde a primeira posse de Evo Morales, em 2006, é um exemplo de processo histórico em que a sociedade assumiu o controle do Estado, e não o contrário, garantiu o vice-presidente do país, Alvaro Garcia Linera, nesta segunda-feira (13/12) no Rio de Janeiro, onde esteve para lançar seu livro A Potência Plebeia: ação coletiva e identidades indígenas, operárias e populares na Bolívia (Boitempo, 2010).

“A sociedade inteira precisa se unir e acompanhar o governo. Tomar o poder não é construir poder”, afirmou.

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Para ele, a Bolívia já é “um país plurinacional e os indígenas são nacionalidade étnica”. No país andino, 62% dos habitantes se identificam como parte de um dos chamados "povos originários" - em sua maioria, quéchua e aimará. Segundo o vice-presidente, o reconhecimento político desses grupos étnicos faz parte do complexo processo político e social iniciado em 22 de janeiro de 2006, quando Evo tomou posse na presidência pela primeira vez (ele seria reeleito quatro anos depois). Além de questões especificamente bolivianas, o livro também debate outros movimentos sociais na América Latina, reunindo novos e antigos ensaios escritos por García Linera, também reconhecido como importante intelectual de seu país.

Ana Helena Tavares/Opera Mundi

O vice-presidente da Bolívia, em palestra no Rio: "A sociedade inteira precisa se unir"


García Linera, que se definiu como “um idealista radical, obcecado pelo marxismo”, contou que, quando adolescente, já militava pela causa indígena, tentando entender o potencial político e cultural deste movimento.

Sobre o processo de declínio dos movimentos operários latino-americanos, inspiração para o livro, ele disse sentir “falta do movimento comunista e da presença mobilizada do mundo indígena”, e ressaltou a necessidade de que sindicatos “controlem o Estado”. Mas evitou fazer previsões sobre como será a organização operária no futuro.

“Não há uma resposta marxista para isso. Na Bolívia, dizia-se que os operários haviam desaparecido, dando espaço a micro-empresários. Mas essa tese nunca foi suficiente para mim. Eu precisava pesquisar mais a fundo”, justificou.

Bloqueio de ideias

Citando Karl Marx, García Linera lembrou que “o Estado é um coletivo imaginário, é crença, é símbolo”. E completou: “Tem que se dar vida a isto. Não adianta ter diploma e não pensar coletivamente”. Já do pensamento de Robespierre, uma de suas grandes inspirações, o vice boliviano pinçou a afirmação de que “a crise do Estado é marcada pelo bloqueio de ideias e a espera de novas propostas”.


Ana Helena Tavares/Opera Mundi

O sociólogo Emir Sader, professor da UERJ, também participou da conferência com García Linera 

O evento, realizado na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), foi promovido pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO), responsável pela edição em português junto com a editora Boitempo. Pablo Gentilli, diretor da FLACSO no Brasil e ex-professor de Linera, compôs a mesa de honra com o sociólogo Emir Sader. professor da UERJ.

Ao chegar, García Linera recebeu a “ordem do mérito latino-americana”, a homenagem da FLACSO que, segundo Gentilli, o intelectual e político merece por dar “espaço ao progresso político-social” tanto em sua obra acadêmica quanto em seu governo. Mas garantiu que chegar a ser vice-presidente , ou “co-piloto de Evo”, como define no livro, não estava em seus planos.


Assista a vídeo com trecho da palestra:



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Constituinte no Chile

'Base de um Chile mais justo', diz presidente da Constituinte na entrega de texto final

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Ao cumprir um ano de debate, Convenção Constitucional encerra trabalhos com entrega de nova Carta Magna a voto popular

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-04T21:39:54.000Z

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Aconteceu a última sessão da Constituinte chilena nesta segunda-feira (04/07) com a entrega de uma nova proposta de Constituição para o país. 

"Esta proposta que entregamos hoje tem o propósito de ser a base de um país mais justo com o qual todos e todas sonhamos", declarou a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros. 

Após um ano de debates, os 155 constituintes divulgaram o novo texto constitucional com 178 páginas, 388 artigos e 57 normas transitórias.

O presidente Gabriel Boric participou do ato final da Constituinte e assinou o decreto que convoca o plebiscito constitucional do dia 4 de setembro, quando os chilenos deverão aprovar ou rechaçar a nova Carta Magna.

"Hoje é um dia que ficará marcado na história da nossa Pátria. O texto que hoje é entregue ao povo marca o tamanho da nossa República. É meu dever como mandatário convocar um plebiscito constitucional, e por isso estou aqui. Será novamente o povo que terá a palavra final sobre o seu destino", disse.

No último mês, os constituintes realizaram sessões abertas em distintas regiões do país para apresentar as versões finais do novo texto constitucional. A partir do dia 4 de agosto inicia-se a campanha televisiva prévia ao plebiscito, que ocorre em 4 de setembro. 

Embora todo o processo tenha contado com ampla participação popular, as últimas pesquisas de opinião apontam que a nova proposta de constituição poderia ser rejeitada. Segundo a pesquisa de junho da empresa Cadem, 45% disse que votaria "não", enquanto 42% dos entrevistados votaria "sim" para a nova Carta Magna. No entanto, 50% disse que acredita que vencerá o "aprovo" no plebiscito de setembro. Cerca de 13% dos entrevistados disse que não sabia opinar.

Reprodução/ @gabrielboric
Presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros, e seu vice, Gaspar Domínguez, ao lado de Gabriel Boric

"Além das legítimas divergências que possam existir sobre o conteúdo do novo texto que será debatido nos próximos meses, há algo que devemos estar orgulhosos: no momento de crise institucional e social mais profunda que atravessou o nosso país em décadas, chilenos e chilenas, optamos por mais democracia", declarou o chefe do Executivo. 

Em 2019, Boric foi um dos representantes da esquerda que assinou um acordo com o então governo de Sebastián Piñera para por fim às manifestações iniciadas em outubro daquele ano e, com isso, dar início ao processo constituinte chileno.

Em outubro de 2020 foi realizado o plebiscito que decidiu pela escrita de uma nova constituição a partir de uma Convenção Constitucional que seria eleita com representação dos povos indígenas e paridade de gênero.

"Que momento histórico e emocionante estamos vivendo. Meu agradecimento à Convenção que cumpriu com seu mandato e a partir de hoje podemos ler o texto final da Nova Constituição. Agora o povo tem a palavra e decidirá o futuro do país", declarou a porta-voz do Executivo e representante do Partido Comunista, Camila Vallejo.

A composição da Constituinte também foi majoritariamente de deputados independentes ou do campo progressista. Todo o conteúdo presente na versão entregue hoje ao voto público teve de ser aprovado por 2/3 do pleno da Convenção para ser incluído na redação final.

Com minoria numérica, a direita iniciou uma campanha midiática de desprestígio do organismo, afirmando que os deputados não estariam aptos a redigir o novo texto constitucional. Diante dos ataques, o presidente Boric convocou os cidadãos a conhecer a fundo a nova proposta, discutir de maneira respeitosa as diferenças e votar pela coesão do país, afirmando não tratar-se de uma avaliação do atual governo, mas uma proposta para as próximas décadas. 

"Não devemos pensar somente nas vantagens que cada um pode ter, mas na concordância, na paz entre chilenos e chilenas e pela dignidade que merecem todos os habitantes da nossa pátria", concluiu o chefe de Estado.

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