O presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, afirmou que a vitória do premier Silvio Berlusconi, que sobreviveu à moção de desconfiança nesta casa legislativa, é “uma vitória numérica” que não implica necessariamente em “uma vitória política”.
“A vitória numérica de Berlusconi é tão evidente quanto nossa derrota, mas o fato de Berlusconi não poder afirmar que também venceu em termos políticos ficará claro nas próximas semanas”, declarou Fini, ex-aliado do premier, após a votação dos deputados.
A moção de censura apresentada pelo Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), de Fini, junto com outros os partidos da oposição centrista União Democrática de Centro (UDC) e Aliança para a Itália foi rejeitada por uma diferença de três votos — 314 votos contra e 311 a favor.
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Dos 630 deputados da Câmara, 627 estavam presentes, mas apenas 625 votaram, uma vez que os parlamentares do partido autonomista pró-alemão de Alto Adigio, Südtiroler Volkspartei (SVP), se abstiveram da deliberação.
O presidente da Câmara comentou que a derrota da moção “é mais dolorosa pela debandada de três parlamentares do FLI”, em referência a Maria Grazia Siliquini e Catia Polidori, membros do grupo que votaram contra a moção de censura, e seu companheiro de partido Silvano Moffa, que depois de anunciar que votaria a favor não participou da votação.
A vitória apertada de Berlusconi entre os deputados não repetiu a conquista com folga da moção de confiança no Senado, que graças à Liga Norte, foi votada favoravelmente por 162 votos contra 135, além de 11 abstenções.
A governabilidade do chefe de Governo italiano foi colocada em dúvida após Fini, que havia fundado do Povo da Liberdade (PDL) com Berlusconi, romper com a legenda governista e criar o FLI, levando consigo 35 parlamentares. Posteriormente, quatro ministros do gabinete do premier, leais ao presidente da Câmara, pediram demissão.
Caso o premier perdesse alguma votação hoje no Parlamento, terias que renunciar e o chefe de Estado da Itália, Giorgio Napolitano, teria que iniciar uma fase de consultas para a formação de um novo governo. Caso não conseguisse, teria que dissolver o Legislativo e convocar eleições antecipadas.
Ontem, Berlusconi propôs um “pacto de legislatura para todas as forças moderadas presentes no Parlamento” para evitar uma crise política no país, que classificou como “uma loucura”.
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