O ministro de Assuntos Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, afirmou neste domingo (26/12) que seu país não pedirá perdão à Turquia pelo ataque contra a frota de navios que levavam ajuda humanitária à Faixa de Gaza, que matou nove turcos em 31 de maio. Segundo ele, Ancara é que deveria se desculpar por “apoiar o terrorismo”.
Lieberman acusou a Turquia de respaldar o terrorismo, mencionando tanto os grupos políticos Hamas (palestino) e Hezbollah (libanês) – considerados terroristas por alguns países – e a ONG islâmica turca IHH, principal organizadora do comboio humanitário.
“Quem deve pedir desculpas é o governo turco por apoiar o terrorismo, a IHH, o Hamas e o Hezbollah. Não haverá desculpas, mas pelo contrário, estamos esperando-as de Ancara”, indicou o chanceler em um encontro com 170 representantes diplomáticos israelenses, segundo a imprensa local.
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da Flotilha da Liberdade, por Iara Lee
Nas últimas semanas, diversas informações indicavam um possível acordo em segredo pelo qual Israel se desculparia e compensaria a Turquia pelas nove mortes da abordagem do navio “Mavi Marmara” em maio passado em águas internacionais. Segundo o diário Haaretz, Lieberman e o titular de Defesa e ex-primeiro-ministro, Ehud Barak, rejeitam a ideia de Israel ceder neste assunto.
Neste domingo, o chanceler afirmou que as tensões com a Turquia nada têm a ver com as políticas de Israel e as comparou com a transformação política no Irã após a derrocada em 1979 do xá de Pérsia, Mohammad Reza Pahlevi, estreito aliado de Israel, pela Revolução Islâmica.
“Devem entender que as mudanças com a Turquia nada têm a ver com Israel. É uma mudança interna no seio da Turquia, exatamente como a mudança de Khomeini nada tinha a ver com Israel, mas com uma mudança no Irã”, argumentou.
Lieberman, líder do partido ultradireitista Yisrael Beiteinu, qualificou de “mentiras e falsas promessas” as palavras do chanceler turco, Ahmed Davutoglu, quem, neste sábado em entrevista coletiva em Istambul, reiterou a vontade de seu país de fazer as pazes com Israel desde que o Estado judaico se desculpe pelas mortes da flotilha.
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