O álbum oficial da Copa do Mundo de futebol de 2010, na África do Sul, licenciado pela editora italiana Panini, gerou uma verdadeira febre internacional. As figurinhas, que antes eram mania apenas entre as crianças, conquistaram também os adultos e agora são garimpadas por bancas de todo o mundo.
Não foi apenas no Brasil que a mania pegou. O álbum, que é editado em
oito línguas (inglês, francês, espanhol, italiano, alemão, holandês,
português e turco), já foi lançado na França, Itália, Espanha, Chile,
Alemanha, México, Inglaterra, Estados Unidos, Guatemala, Argentina,
Turquia e no Brasil, contagiando a todos e mostrando um pouco da
emoção e do fanatismo que será visto no mundial.
Na Inglaterra, por exemplo, os colecionadores estão
formando grupos de troca pela internet. A própria Fifa, criou um site
exclusivo do álbum para viabilizar a comunicação entre “aqueles que não
podem ir à África do Sul, mas são fãs do maior campeonato de futebol do
mundo”.
Em São Paulo, os estoques se esgotam diariamente antes do final da tarde, o que fez colecionadores e donos de banca procurarem o fabricante. Em nota oficial, a Panini atribuiu a falta de cromos ao grande sucesso do álbum, mas não divulgou o número de vendas.
Opera Mundi
Troca de figurinhas contagia amantes do futebol até no trabalho
“Em algumas bancas, tivemos venda muito superior à esperada, gerando um desabastecimento temporário. A Panini Brasil, visando atender com qualidade e agilidade esta demanda, está reabastecendo todas as praças do Sudeste neste final de semana, evitando assim a falta dos envelopes”, afirmou a empresa.
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As redes sociais também têm servido como meio de “negociações”, reclamações e manifestações de fanatismo ao álbum da Copa. A cantora inglesa Lily Allen, por exemplo, mostrou que é mais uma que está envolvida com a coleção. “Figurinhas da Panini são demais”, postou em seu Twitter.
No Twitter, as trocas não param, muitos aproveitam a rede social para divulgar as repetidas em busca de cromos faltantes para a coleção. “Alguém tem o escudo da Nova Zelândia, dos Estados Unidos ou o Henry para trocar? Ofereço o Brasil, o mascote e outras repetidas em troca”, postou o francês Jérôme Muzquiz.
América Latina
No México, o engenheiro Expedito Medina, de 37 anos faz parte dos adultos que entraram na brincadeira, e acredita que colecionar as figurinhas é a parte mais excitante da Copa. “Não sei o que me deixa mais ansioso, abrir os pacotinhos, colar as figurinhas, trocá-las ou completar o álbum”, disse.
Já na Argentina, a moda se restringiu às crianças. Questionado sobre a febre também entre os mais velhos, o produtor Rafael Médici, de 26 anos, estranhou a pergunta e disse que pelo menos em Buenos Aires apenas os chicos aderiram à mania.
Iveen Duarte, da Guatemala, também usa a rede para trocar as repetidas e convencer amigos a aderirem à moda. “O álbum da Copa é demais, quero mais figurinhas. Comprem, comprem todos e vamos trocar”, disse em seu Twitter.
Febre
Na Itália não foi diferente, e nas ruas, escolas e até mesmo escritórios não se fala em outra coisa. “Eu quis um álbum só para mim, desta vez não vou fazer junto com minhas filhas, até no trabalho as pessoas estão trocando, é uma mania”, disse Graziella Mello, curadora de 43 anos.
Até mesmo na Colômbia, que não vai participar do mundial, a febre do futebol contagiou a todos. Assim como no Brasil, os álbuns foram distribuídos por um jornal local, o que incentivou muitos a colecionarem as figurinhas.
“Nem me lembro do último álbum que colecionei, mas com a Copa é diferente, mexe muito com todos. Agora estou em busca das figurinhas brilhantes que faltam para meu álbum”, contou o administrador colombiano de 52 anos, Jorge Ortega.
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