O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, mostraram irritação um dia após a Grécia anunciar que pretende consultar a população sobre o pacote de resgate da zona do euro. Merkel exigiu “clareza” do primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, para continuar recebendo o dinheiro. “Este anúncio pegou a Europa inteira de surpresa”, disse Sarkozy na escadaria do Elysee Palace, em Paris. “O plano … é a única maneira de resolver o problema da dívida da Grécia.”
De acordo com reportagem do jornal francês Le Monde, a França ameaça bloquear o sexto lance de ajuda internacional à Grécia, cerca de 8 bilhões de euros, se os gregos não demonstrarem um claro compromisso com o euro e o plano de resgate. “Não podemos impedir os gregos que se suicidem”, disse uma fonte da Presidência francesa ao Le Monde. A fonte julgou inimaginável que sejam concedidos ajudas e empréstimos bilaterais à Grécia tanto por parte do FMI (Fundo Monterário Internacional) como da União Europeia se persistir esta incerteza.
Paris e Berlim emitiram um comunicado em que declaravam querer a aplicação do acordo de Bruxelas, por inteiro, no mais curto espaço de tempo possível. Segundo Merkel e Sarkozy, as medidas do acordo são agora “mais necessárias do que nunca”.
Nesta terça-feira (01/11), o primeiro-ministro grego anunciou a realização de um referendo popular, marcado para dezembro. A pergunta será simples: se concorda ou não com o plano de resgate da UE e do FMI. “O referendo será uma mensagem clara para dentro e para fora da Grécia sobre nossa história europeia e participação na zona do euro”, disse Papandreou em uma reunião de gabinete que durou sete horas e aprovou o plano do premiê. “Ninguém será capaz de duvidar sobre a continuidade da Grécia na zona do euro.”
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