O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, descartou categoricamente neste sábado (18/07) qualquer aproximação entre seu país e os Estados Unidos, apesar do acordo nuclear firmado com o Grupo 5+1 (EUA, França, China, Reino Unido, Rússia, mais Alemanha), interpretado por Teerã como “um novo começo” das relações do país com o mundo.
“Mesmo com o acordo com o Irã, mudanças não serão observadas nas nossas políticas em relação ao arrogante sistema americano. As políticas dos EUA na região diferem em 180 graus das do Irã”, afirmou o líder em um discurso em Teerã, diante de milhares de fiéis reunidos na esplanada da grande mesquita do imã Khomeini por ocasião do fim do Ramadã.
Agência Efe
Khamenei ressaltou Irã jamais poderia negociar com governo norte-americano que apoia o regime “terrorista e infanticida” de Israel
O líder frisou que “as políticas dos Estados Unidos [no Médio Oriente] são diametralmente opostas às do Irã”. “Aprovado ou não o texto do acordo, nós não deixaremos de apoiar nossos amigos da região e as nações oprimidas da Palestina, Iêmen, o governo e o povo da Síria, Iraque e o povo oprimido do Barein. Os honestos guerreiros da resistência sempre obterão nosso apoio”, ressaltou.
Khamenei frisou ainda que não tem qualquer diálogo com os Estados Unidos em questões internacionais, regionais ou bilaterais” e que o “caso do nuclear” foi uma exceção, na qual Teerã “negociou com o governo norte-americano com base nos seus próprios interesses” e pontuou: “cumprimos um decreto religioso que diz que armas nucleares são religiosamente proibidas pela lei islâmica. Não tinha nada a ver com as negociações do acordo nuclear.”
NULL
NULL
Apesar das críticas aos norte-americanos, o líder supremo, que detém a última palavra nos assuntos políticos do país, se mostrou favorável ao conteúdo do acordo e deixou a decisão final sobre a aprovação do texto ao Parlamento, como determina a lei.
O acordo com as potências ocidentais prevê o direito de o Irã ter uma indústria atômica própria, apesar de severamente limitada e controlada para que não possa ter fins bélicos. Por outro lado, as sanções impostas à República Islâmica serão suspensas.
Agência Efe
Líder religioso ressaltou que políticos iranianos poderão aprovar ou não o acordo com potências ocidentais
Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a responder este sábado às fortes críticas ao acordo, vindas tanto de uma parte do Congresso norte-americano, como de aliados no Médio Oriente, em particular Israel.
O mandatário reconheceu que “o acordo não resolve todas as ameaças que o Irã representa para os países vizinhos”, mas destacou que “faz mais do que qualquer outro para garantir que o regime iraniano não obtenha uma arma nuclear”.
Obama precisa convencer pelo menos um terço dos congressistas norte-americanos para que o acordo seja validado.