As autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk anunciaram, neste sábado (18/07), a retirada unilateral da artilharia de calibre inferior a 100 milímetros da linha de separação de forças no leste da Ucrânia. O informe foi feito por meio de um comunicado conjunto dos líderes da República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko e o representante da República de Lugansk, Vladislav Deinego.
“Mostrando compromisso com os acordos de Minsk, estamos dispostos a dar o passo seguinte em direção à paz. Para isso recuaremos para pelo menos três quilômetros da linha de separação de forças as unidades equipadas com tanques e blindados dotados de canhões de menos de 100 mm”, afirmou Zakharchenko.
Agência Efe
Várias pessoas cruzam o ponto de controle de Zaytsevono limite entre o território controlado pelo Exército e os manifestantes
Em declaração divulgada pela agência DAN, Zakharchenko explicou que a retirada deste armamento ocorrerá em toda a linha de frente, exceto na região ao norte de Donetsk e junto à cidade de Debaltsevo. No total, essas regiões representam entre 10% e 12% da extensão total da linha de separação de forças.
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Zakharchenko acrescentou, no entanto, que Donetsk está disposta a negociar “em qualquer formato” a retirada da artilharia dos setores problemáticos, mas “só com representantes da parte ucraniana que realmente controlem a situação”.
O negociador-chefe de Lugansk, Vladislav Deinego, apoiou a iniciativa de Zakharchenko e anunciou uma retirada similar, com exceção da região próxima à cidade de Schastie.
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O vice-presidente do Conselho Nacional da República Popular de Donetsk, Denís Pushilin, disse ter esperança de que a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) controle a retirada dos armamentos e disse esperar a reação de Kiev.
As próximas reuniões do grupo de contato em Minsk serão realizadas em 21 de julho, 3 e 26 de agosto.
No início de julho, o vice-titular da Missão de observação especial da OSCE, Alexander Hug, confirmou que as autodefesas de Donetsk retiraram suas forças armadas de Shirókino e afirmou que, em sua opinião, a parte que viola as condições de retirada de armamento pesado da linha de contato é o Exército ucraniano.
Apesar da trégua estipulada em Minsk em fevereiro deste ano, os separatistas e os militares ucranianos se acusam diariamente de violar o cessar-fogo e usar armamento pesado, que ambas as partes garantem ter retirado.