Organizações pelos direitos das mulheres na França iniciaram uma série de manifestações contra o machismo no país logo após o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn se envolver em um escândalo sexual de grande repercussão internacional. De acordo com os grupos, parte da opinião pública francesa suavizou as acusações contra Strauss-Kahn e chegou até a sugerir que a camareira envolvida no episódio se insinuou para o ex-diretor do órgão financeiro.
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Grupos como o Osez le Feminisme e La Barbe coletaram mais de 20 mil assinaturas e organizaram uma grande manifestação no Centro Pompidou, em Paris, que reuniu centenas de pessoas neste domingo (22/05). As organizadoras se disseram “estupefactas” pela enxurrada de “afirmações misóginas de personalidades públicas” e indignadas por frases que se referiram ao ocorrido em um hotel de Nova York como “ninguém morreu no episódio” ou “é um erro que ele [Strauss-Kahn] goste de mulheres?”.
Veja imagens da manifestação em Paris, neste domingo:
O manifesto distribuído na manifestação denuncia que a detenção de “DSK” — como o ex-diretor do FMI é chamado na França — provocou o surgimento de “reflexos sexistas e reacionários, típicos de parte das elites francesas”. Um “sexismo sem complexos, machismo puro e duro”, afirmaram algumas feministas em entrevista ao jornal espanhol El Pais.
As afirmações de algumas personalidades políticas “tendem a minimizar a gravidade da violação e enviam uma mensagem às vítimas atuais e futuras: não denunciem”, diz o texto do manifesto. No fim, o documento conclui que cerca de 75 mil mulheres sofrem abuso sexual na França todos os anos.
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