Atualizada às 10h51
O presidente da Bolívia, Evo Morales, repudiou nesta sexta-feira (26/08) a morte do vice-ministro do Interior, Rodolfo Illanes, cujo corpo foi encontrado no dia anterior em uma estrada do país. Ele teria sido sequestrado por mineiros, e Morales acusa as cooperativas da categoria de promoverem uma “conspiração” contra seu governo.
Em entrevista coletiva à imprensa, Morales disse que “[os mineiros] podem ter muitos argumentos”, mas acusou os dirigentes das cooperativas de defender o que chamou de “capitalização” do setor mineiro do país e de dar apoio a mobilizações de setores de direita.
Agência Efe
Evo Morales acusou dirigentes de cooperativas de defender “capitalização” do setor mineiro
A morte de Illanes foi confirmada na noite de quinta-feira (25/08) pelo ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero. De acordo com ele, há evidências de que o vice-ministro de Interior “foi covarde e brutalmente assassinado” na região de Panduro, a 186 quilômetros de La Paz.
Segundo Romero, Illanes teria sido feito refém quando tentava dialogar com um grupo de cooperativistas que, há três dias, mantinha protestos na região.
NULL
NULL
Os mineiros, agrupados em cooperativas privadas, entraram em confronto com a polícia durante o bloqueio de estradas. A categoria quer alugar suas concessões mineradoras para empresas privadas ou estrangeiras, o que é vetado pela Constituição boliviana.
“Queremos não só expressar nosso repúdio a este crime sem precedentes, mas também pedir à Justiça que esclareça os fatos e estabeleça responsabilidades.”, disse Romero em nome do governo.
O corpo de Illanes, resgatado nesta sexta-feira (26/08), foi levado a La Paz onde passará por autópsia.
Romero informou também a jornalistas que Illanes havia entrado em contato com o governo boliviano para informar sobre seu sequestro pelos mineiros, que estariam lhe fazendo ameaças.
Segundo informações do jornal boliviano La Razón, os dirigentes mineiros confirmaram estar com Illanes, mas disseram tratar-se de uma “retenção” do vice-ministro e não de um sequestro.