(atualizada às 15h45)
Após se reunir com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, nesta quinta-feira (2/9), o candidato do PSDB à presidência, José Serra, voltou a acusar o governo federal de ser negligente com o tráfico de drogas internacional na América Latina e a apontar a Bolívia como um país que não combate adequadamente o narcotráfico.
Serra disse também que, caso vença as eleições, pretende tratar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia como um grupo terrorista. “Caso eleito, agirei proativamente e direi que as FARC são terroristas”, afirmou.
O tucano também criticou diretamente a política externa do governo e a posição de Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para a área. Garcia afirmou recentemente que não é papel do
Brasil classificar as FARC como “grupo terrorista”, o que não impede o
governo de ter uma posição crítica com relação à guerrilha colombiana. “A política externa do PT é inadequada para a defesa dos interesses do
Brasil. É política de partido, que tem relação com as FARC”, disse Serra.
Leia mais:
Análise: A nova política externa da Colômbia
Lula condena terrorismo como instrumento de luta política durante encontro com Santos
Dilma diz que as FARC são problema da Colômbia e promete manter acordos fronteiriços
Unasul e segurança são temas da reunião entre Lula e Santos
Na reunião entre os presidentes da Colômbia e do Brasil, Lula condenou
explicitamente o uso do terrorismo como instrumento de luta política e
disse que o Brasil “é solidário ao povo colombiano em sua luta pela paz e
contra a violência”.
O presidente Juan Manuel Santos iniciou na quarta-feira (1º/9) sua viagem oficial ao Brasil, a primeira desde que tomou posse, há três semanas. Em Brasília, encontrou-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff. Nesta quinta-feira em São Paulo, além do tucano, sua agenda previa encontros com a candidata do PV, Marina Silva, e com empresários paulistas.
Em entrevista coletiva em São Paulo, Juan Manuel Santos afirmou que ele
e o presidente Lula tiveram “uma excelente química” e disse acreditar
que terá “excelentes relações” com qualquer candidato ou candidata que
for eleito presidente em outubro.
“Não me arrependo em nada por ter escolhido o Brasil como primeiro
destino de viagem internacional”, declarou o presidente colombiano.
Ele também disse que a viagem foi útil para estabelecer “vários laços
com o estado de São Paulo”, visando obter acordos nas áreas de
infraestrutura, mineração, tecnologia e indústria.
Segundo Serra, o governo Lula “tem se abstido de assumir uma posição diplomática direta com países como a Bolívia” – que, para ele, não faz tudo que poderia para combater a produção e exportação de drogas.
Em contraste, elogiou a política colombiana de enfrentamento militar do problema. “A Colômbia tem tido uma posição positiva com relação ao combate ao narcotráfico, ao contrário da Bolívia, cujas plantações de coca aumentaram muito nos últimos anos”, acusou o candidato tucano. “Temos de ter cooperação com o governo boliviano, que precisa limitar a exportação de coca”, acrescentou Serra.
Fronteiras
Serra afirmou ser “amigo” de Santos “há anos” e também fez referência a entrevista concedida por Dilma ao SBT sobre a segurança das fronteiras brasileiras.
“A candidata Dilma disse que as fronteiras brasileiras são as mais bem guardadas do mundo. Eu digo o contrário: são as menos guardadas do mundo”, afirmou.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL