Atualizado às 22h00
Rumores sobre um possível rebaixamento dos títulos da França inverteram o movimento de recuperação nos mercados financeiros globais nesta quarta-feira (10/08), no mundo. Apesar das negativas do governo francês e das agências de classificação de risco sobre a possibilidade de rebaixamento, as bolsas europeias fecharam em forte queda, espalhando turbulência nos pregões de Nova York e São Paulo.
Em Paris, a Bolsa encerrou as operações em baixa de 5,45%; em Londres, houve queda de 3,05%; em Frankfurt, 5,13%; e em Madri, 5,49%. O índice Dow Jones, de Nova York, recuou em 4,63%, seguido pela S&P 500 (baixa de 4,42%) e Nasdaq (4,09% negativos). Já o Bovespa, em São Paulo, fechou em alta de 0,48%.No início da tarde, a Bovespa registrava queda de 1,2% e o índice Dow Jones, de Nova York, operava no negativo, em 3,31%.
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Os mercados europeus chegaram a abrir em alta, após resultados positivos registrados nesta terça-feira. Logo cedo, rumores de que a França também teria a classificação de sua dívida (hoje, AAA, a nota máxima) rebaixada, a exemplo do que ocorreu com os Estados Unidos na última semana, geraram incertezas nos mercados.
O governo francês e as três grandes agências de classificação de risco – Standard & Poor's, Moody's e Fitch – negaram um iminente rebaixamento, o que não afastou a turbulência. A crise fez o presidente da França, Nicolas Sarkozy, interromper as férias e convocar uma reunião de emergência em Paris.
As ações do banco Société Générale foram as mais atingidas, com baixa de 14,47%. Os papéis do Crédit Agricole cairam 11,81%, e os do PNP Paribas, 9,47%. O fato de os bancos franceses serem alguns dos maiores credores de países com alto endividamento na zona do euro explica a preocupação dos investidores, segundo analistas.
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Na Europa, o temor é que a crise da dívida se espalhe pela zona do euro. A crise já atingiu a Grécia, Portugal e a Irlanda (países que receberam ajuda financeira), e os investidores temem que a turbulência chegue até a Itália e Espanha, onde o custo da dívida pública também aumentou na última semana.
Na Itália, a dívida pública equivale a 120% do PIB (Produto Interno Bruto). O Banco Central Europeu promete comprar, no próximo domingo (14), títulos espanhóis e italianos para deter a crise na zona do euro. O alto endividamento público também é uma preocupação em relação aos Estados Unidos. Na última sexta-feira (05/08), a agência Standard & Poor's rebaixou a nota da dívida dos Estados Unidos de AAA para AA+, um dos motivos do mau humor nos mercados nesta semana.
Além da política fiscal, preocupa a lenta recuperação da economia norte-americana. O Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) divulgou uma ata informando que o “crescimento econômico ,até o momento, tem sido mais lento que o esperado” pela instituição.
“O comitê [do Banco Central dos Estados Unidos] espera um ritmo mais lento de recuperação nos próximos trimestres”, diz o banco, cuja única boa notícia que anunciou aos investidores foi a manutenção da taxa de juros no país, que não deve oscilar fora da margem de 0 e 0,25%, até meados de 2013.
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