A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou nesta sexta-feira (19/08), durante uma sessão extraordinária, um acordo que autoriza a repatriação das reservas do ouro venezuelano que se encontra em bancos estrangeiros. Nessa medida, também foi aprovada a transferência das reservas financeiras do país, que passam dos seis bilhões de dólares (cerca de 9,63 bilhões de reais), para bancos de países emergentes.
O governo do presidente Hugo Chávez já havia determinado a repatriação de mais de 11 bilhões de dólares (cerca de 17,4 bilhões de reais) em ouro que mantêm em bancos americanos e europeus.
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O acordo aprovado na noite de ontem incentiva os venezuelanos a se mobilizarem em defesa das reservas, a estarem alertas diante das pretensões desestabilizadoras da oposição e a respaldarem a decisão do governo a movimentar estes recursos.
Após um intenso debate, que teve mais de cinco horas de duração, os parlamentares do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), decidiram votar a favor do acordo por considerar que o tema das reservas é um assunto de “soberania, que não admite discussão nem controvérsia”.
A oposição, por sua vez, insistiu que esta preocupação sobre o movimento das reservas diz respeito “à má administração da política econômica e fiscal” da Venezuela. Eles ainda classificaram como uma “heresia” a mobilização das reservas operativas, o que consideraram responder a “critérios ideológicos e políticos”.
As forças oposicionistas denunciaram a falta de transparência no uso dos recursos públicos que, segundo eles, tem gerado o aumento da inflação e que “não chega aos venezuelanos por meio dos programas sociais”.
Eles afirmaram que esta movimentação financeira deve ser direcionada ao financiamento da campanha eleitoral dos governistas no próximo ano e que a China estaria pressionando o governo para que depositasse essas reservas em seus bancos. Caso contrário, cortariam seu crédito.
O setor governista, em reposta, insistiu que a oposição “trai a pátria” por meio de uma “conspiração midiática” financeira que tem a intenção isolar internacionalmente a Venezuela, além desestabilizar internamente o país.
A sessão contou com a presença dos ministros de Planejamento e Finanças, Jorge Giordani, e de Comércio Exterior, Edme Betancourt, e do presidente Banco Central da Venezuela, Nelson Merentes, que asseguraram que a movimentação das reservas obedece a critérios técnicos.
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