Um atentado, atribuído às FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), ontem (08/01) deixou nove mortos – cinco guerrilheiros, três militares e um civil. O ataque foi feito a um posto policial em San Vicente del Caguán, no departamento (estado) de Caquetá, no Sul da Colômbia. Segundo informações de locais, um grupo das FARC tentou invadir o posto policial e soldados da 6ª divisão do Exército reagiram. Houve um enfrentamento entre soldados e guerrilheiros.
Além dos nove mortos, quatro militares e mais um civil ficaram feridos no tiroteio. Depois da tentativa de ataque, o Exército e a Polícia reforçaram sua presença no local. Este enfrentamento ocorre em meio à uma semana tensa, marcada por ataques na cidade de Neiva, na região de Huila, onde pelo menos cinco ataques à bomba foram registrados desde domingo passado.
O impacto das explosões em Neiva afetou pelo menos 65 pessoas, mas não houve mortos. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, responsabilizou as FARC pelos atentados e disse que são um sinal de “desespero” da guerrilha. De acordo com o governo, os ataques podem ser retaliações da guerrilha contra moradores que se negaram a pagar “extorsões” ao grupo.
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Segundo Alfonso Cano, um dos líderes das FARC, o ano de 2011 gera perspectivas positivas. “[Acreditamos em uma] solução política para o conflito” , afirmou o líder, referindo-se aos confrontos entre a guerrilha e o governo colombiano que ocorrem há mais de seis décadas.
Porém, ele avisou que a guerrilha “redobrará” suas atividades este ano. “Em 2011 redobraremos atividades em todo sentido, com a força que nos proporcionam nossas convicções”, afirmou Cano. Ele assumiu a liderança do grupo depois da morte de Manuel Marulanda – um dos fundadores das FARC.
De acordo com Cano, é necessário acabar com “o latifúndio que cresce como um câncer” na Colômbia. As FARC, que defendem um acordo humanitário para a troca de reféns por guerrilheiros presos – dizem começar o ano apostando neste intercâmbio. Mas o governo Santos acredita na saída militar e não negociada para o conflito. O presidente se recusa a negociar o acordo humanitário e tem apostado na deserção de guerrilheiros para enfraquecer a estrutura militar das FARC, o maior grupo armado colombiano.
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