A Austrália enfrenta o risco de entrar em recessão em 2012 devido a uma menor capacidade de “manobra fiscal”, aponta um estudo divulgado nesta sexta-feira (13/01) pela empresa de consultoria J.P. Morgan.
A pesquisa considera que a economia do país australiano é “vulnerável” a uma recessão em 2012 devido às ramificações potenciais da piora da dívida soberana na Europa, publicou o diário local The Australian.
“Um dos maiores riscos é que a Austrália agora tem menos flexibilidade política que há alguns anos”, disse o economista-chefe da J.P. Morgan, Stephen Walters.
O economista indicou em Sydney que o Banco da Reserva da Austrália ainda tem espaço “para manobra”, embora o governo da primeira-ministra Julia Gillard tenha se comprometido “ao prometer de forma imprudente e inverossímil um superávit fiscal no próximo ano fiscal, o que requer um ajuste fiscal abrupto”.
O Executivo prometeu um superávit de 1,55 bilhão de dólares no orçamento do ano fiscal 2012-13 mediante cortes nos gastos públicos equivalentes a 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto).
Walters também lembrou que o comércio australiano é muito vinculado à China, destino de um terço das exportações do país oceânico.
Em outro relatório citado pelo The Australian, o economista-chefe do HSBC, Paul Bloxham, alertou que será impossível obter um superávit orçamentário se o crescimento econômico mundial debilitar-se.
Durante a crise financeira internacional, a Austrália somente registrou um período de crescimento negativo no quatro trimestre de 2008, ano em que o governo de Canberra iniciou medidas de estímulo fiscal de 43,4 bilhões de dólares para evitar a recessão e manter sua baixa taxa de desemprego.
A Austrália registrou um déficit de 49,183 bilhões de dólares no ano fiscal encerrado em junho de 2011.
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