Brasil e México assinaram hoje (17) um acordo para promover o intercâmbio comercial entre os dois países. A parceria foi firmada em Brasília pelos presidentes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira, e da ProMéxico, Bruno Ferrari.
Criado em 2007, a ProMéxico é um órgão do governo federal encarregado de fortalecer a participação do México na economia internacional.
O acordo não envolve aporte financeiro de nenhuma das partes e tem como objetivo incrementar a troca de informações de inteligência comercial, melhorar as práticas de promoção das exportações e fomentar investimentos no Brasil e no México. Também está previsto o intercâmbio de funcionários para troca de experiências.
As exportações brasileiras para o México totalizaram 1,414 bilhão de dólares de janeiro a julho de 2009, representando 1,68% do total exportado pelo Brasil. Os principais produtos comercializados com os mexicanos neste período foram automóveis, veículos de carga, acessórios para tratores e carros, terminais portáteis de telefonia celular e peças para motores e geradores.
Mercado bilateral
O acordo entre Apex e ProMéxico acontece no mesmo momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado mexicano, Felipe Calderón, propuseram a criação de um mercado bilateral “de 300 milhões de consumidores”, que ajude os dois países a superar o desafio da crise global.
“É inconcebível que um país com 110 milhões de habitantes [México] e outro com 200 milhões tenham um fluxo comercial de apenas 7,4 bilhões de dólares” ao ano, afirmou Lula em entrevista coletiva ao lado de Calderón, a quem recebeu hoje, no último dia de sua visita oficial ao Brasil.
Os líderes, porém, admitiram que, para uma maior relação no plano comercial, será necessário aumentar os níveis de “confiança” entre os empresários das duas maiores economias da América Latina, que em conjunto concentram “70% do Produto Interno Bruto (PIB) latino-americano”, conforme lembrou o presidente mexicano.
Lula disse que há anos “sonha com um México com um olhar mais forte em direção à América Latina e à América do Sul, e com um Brasil mais voltado à América Central, ao Caribe e ao México”.
O presidente brasileiro ressaltou que as “empresas mexicanas têm US$ 17 bilhões aplicados no Brasil, o que faz do país o principal destino de investimento do México no exterior”.
Lula admitiu que, na direção contrária, empresários brasileiros só mantêm investimentos no México “pela modesta soma de 1 bilhão de dólares”. Por isso, pediu “aos homens de negócios para seguir o exemplo mexicano” e “multiplicar sua presença” no país.
Calderón ressaltou que, perante a crise global, decidiu acelerar “a diversificação comercial” para superar a forte dependência que o México tem dos Estados Unidos.
“A dependência fundamental da economia norte-americana explica por que o México foi tão afetado pela crise, que teve epicentro nos Estados Unidos”, afirmou Calderón, que se mostrou disposto a discutir até um possível acordo de livre-comércio com o Brasil.
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No plano bilateral os dois presidentes se comprometeram ainda a dar continuidade às negociações para uma maior cooperação entre a Petrobras e a Petróleos Mexicanos (Pemex), a fim de construir uma sólida aliança no setor energético.
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