Contra os contínuos ataques israelenses na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, manifestantes no México convocaram um protesto na embaixada de Israel no país, no bairro de Lomas de Chapultepec, na noite de terça-feira (28/05). De acordo com as informações da agência AFP, a “Ação urgente para Rafah” reuniu aproximadamente 200 pessoas e houve registro de incêndio e confronto policial.
Dezenas de manifestantes tentaram derrubar as barreiras da tropa de choque do prédio que bloqueiam o acesso à sede diplomática. Alguns atiraram objetos inflamáveis, pedras e coquetéis molotov contra a embaixada, enquanto os policiais usaram gás lacrimogêneo na tentativa de dispersar os manifestantes.
Hundreds of angry demonstrators hurled Molotov cocktails and stones at the Israeli occupation’s embassy in Mexico City in protest of the recent Israeli atrocities against innocent civilians, including children, in Rafah. pic.twitter.com/IWWDhyf3Iw
— Quds News Network (@QudsNen) May 29, 2024
No vídeo, é possível ouvir os manifestantes gritando repetidas vezes: “Não é uma guerra, é um genocídio!”
A ação foi convocada em resposta aos recentes ataques israelenses direcionados a Rafah, que provocaram uma série de fatalidades em poucos dias. No domingo (26/05), o Exército de Israel bombardeou um campo de refugiados na região, matando ao menos 45 pessoas e deixando centenas carbonizadas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
Já na terça-feira, Tel Aviv realizou mais ataques a Al-Mawasi, outra região que abriga palestinos deslocados, resultando na morte de 21 pessoas.
Nesta quarta-feira (29/05), a emissora catari Al Jazeera informou que novos “ataques aéreos israelenses e bombardeios de artilharia mataram pelo menos 15 palestinos desde a manhã”.
A “Ação urgente para Rafah” ocorreu no mesmo dia em que o governo do México apresentou um pedido formal para integrar a ação que tramita na Corte Internacional de Justiça (CIJ), na qual o Estado de Israel é acusado de cometer um genocídio contra a população palestina.
Iniciado em janeiro deste ano por iniciativa da África do Sul, o processo afirma que a ação militar do governo sionista de Benjamin Netanyahu, que já causou a morte de mais de 36 mil civis palestinos, configura uma violação da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, documento que Israel assinou e, portanto, se comprometeu a respeitar.
Na decisão, o governo mexicano explicou que o país “pretende intervir para contribuir com seu ponto de vista sobre a possível construção do conteúdo das disposições da Convenção relevantes para este caso”.
![](https://controle.operamundi.uol.com.br/wp-content/uploads/2024/05/gou0-0kxkaas37c.jpg)
Durante os protestos à favor da Palestina em frente à embaixada de Israel no México, policiais lançaram gás lacrimogênio contra manifestantes
Mundo em protesto contra Israel
A postura do governo israelense de ignorar a decisão proferida pela CIJ e continuar massacrando os palestinos na cidade de Rafah provocou revolta em diversos países, nesta terça-feira.
No centro de Londres, capital da Inglaterra, uma grande manifestação foi convocada em apoio à Palestina e contra o genocídio promovido por Tel Aviv na Faixa de Gaza.
Organizada por uma coalizão de associações, incluindo a Campanha de Solidariedade à Palestina, a marcha concentrada em Westminster reuniu aproximadamente 10 mil manifestantes, de acordo com a Polícia Metropolitana.
Nas proximidades da residência oficial e escritório do primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, pediram ao governo britânico que condene a agressão israelense e interrompa as exportações de armas para Tel Aviv.
Outras dezenas de manifestantes também bloquearam a entrada da fábrica de armas israelense pertencente à empresa “Elbit”, na vila britânica de Chineham.
Manifestación en Londres en solidaridad con Gaza y en contra del genocidio. pic.twitter.com/t0RNBeBsoj
— Palestina Hoy (@HoyPalestina) May 29, 2024
Na Irlanda, ativistas palestinos, árabes e irlandeses se direcionaram à fachada do Parlamento irlandês em Dublin e ergueram as bandeiras palestinas em apoio à população de Gaza, gesto que coincidiu com a oficialização do reconhecimento do Estado da Palestina pelo governo do país.
Da mesma forma, na Noruega, manifestantes foram à sede parlamentar para celebrar o reconhecimento do Estado palestino e exigir a retirada dos investimentos noruegueses destinados a Israel.
Em Paris, milhares se concentraram na Place la République, no centro da capital francesa, pelo segundo dia consecutivo, em protesto contra os massacres em Rafah. Segundo a imprensa local, a praça ficou lotada e preenchida de bandeiras palestinas e faixas dizendo “Parem o genocídio”.
Na Turquia, mais de 100 pessoas se reuniram do lado de fora de um arranha-céu que abriga o consulado israelense em Istambul, gritando slogans como “abaixo Israel”. Alguns manifestantes também foram vistos lançando fogos de artifício contra o prédio.
Large demonstration in #Adana in #Turkey in protest against Israel’s ongoing massacres in #Gaza. pic.twitter.com/ql3c2U5gWZ
— Palestine and MENA Info Center (@PALMENA_IC) May 28, 2024
(*) Com Telesur