O ministro de Relações Exteriores egípcio, Ahmed Aboul Gheit, advertiu que o Exército poderá intervir se o caos se instalar no país, em entrevista transmitida nesta quarta-feira (09/02) pelo canal por satélite “Al Arabiya”.
Aboul Gheit ressaltou que é preciso preservar a Constituição até que esta se modifique para proteger o Egito “de alguns aventureiros ou personalidades” que possam dizer que supervisionarão a fase do processo interino.
“Se isso ocorrer, a Constituição não funcionará e, por consequência, as Forças Armadas se verão obrigadas a defender a Constituição e a segurança nacional do Egito em cumprimento de seu juramento e nos veremos em uma situação muito perigosa”, ressaltou.
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Nesta quarta-feira (09/02), o comitê para a reforma constitucional e legislativa designado pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, formula emendas de seis artigos da Carta Magna, entre eles os referentes à limitação de mandatos e aos requisitos para ser candidato presidencial.
A comissão – formada por magistrados, juristas, constitucionalistas e professores universitários – foi criada na terça-feira (08/02) por um decreto presidencial.
O chanceler opinou sobre as razões que levaram às revoltas populares no país contra o regime de Mubarak. “Uma das causas são os resultados das últimas eleições parlamentares. Toda a sociedade viu e todos devem ser honestos consigo mesmos”, disse Aboul Gheit sobre o último pleito, que transcorreu em meio a denúncias de fraude por parte de organizações humanitárias e da oposição.
O chefe da diplomacia egípcia destacou que outro dos motivos “é a avançada idade do presidente, o desconhecimento sobre seu sucessor e, portanto, os rumores sobre a herança do poder”.
Acrescentou que entre essas razões também está “a animosidade contra a Polícia egípcia” e “a constante difusão em editoriais e colunas na imprensa mundial sobre os laços entre o governo e os empresários”.
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