O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta segunda-feira (09/07) que está “totalmente livre” do câncer diagnosticado em junho de 2011 e apostou em uma ampla vitória em outubro contra o candidato da oposição, Henrique Capriles. Pesquisa do instituto Datanalisis divulgada nesse domingo (08/07) mostra que a intenção de voto a favor de Chávez é de 61,03% contra 38,97% a favor de Capriles, descontados os indecisos.
Efe
“Os autores de uma agressão contra a Venezuela teriam que pensar muito bem hoje”, alertou Chávez
Perguntado durante coletiva de imprensa, a primeira desde o início da campanha eleitoral, se há risco de acontecer na Venezuela situação igual à da Nicarágua, quando Daniel Ortega, da FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional), não conseguiu se reeleger após um mandato (1985-1990), Chávez garantiu que não. “Estamos muito distantes daquela situação. Na época, quase todos os países latino-americanos, quando não apoiaram a agressão contra os sandinistas, se calaram e apoiaram por omissão”, disse. “Os autores de uma agressão contra a Venezuela teriam que pensar muito bem hoje”, arrematou.
Na semana passada, o presidente venezuelano recebeu apoio formal de mais de 100 partidos e movimentos de esquerda da América Latina e do mundo, que estiveram reunidos no 18º Foro de São Paulo, em Caracas. O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva enviou seu apoio por meio de um vídeo: “Chávez, conte comigo, conte com o PT, conte com a solidariedade e apoio de cada militante de esquerda, de cada democrata e de cada latino-americano. Sua vitória será nossa vitória”, falou Lula.
Chávez agradeceu o apoio do ex-presidente e comentou o fato de Capriles ter procurado colar sua imagem com a do brasileiro. “Agora a oposição está contra Lula. Primeiro quiseram manipular a imagem dele, olhem vocês o que é a hipocrisia, que eles eram como Lula. Então, como o conhecemos, mandou essa mensagem que me surpreendeu gratamente e me comoveu”, disse.
Chávez atacou a estratégia da oposição, com diversas referências à vitalidade de Capriles, que tem 39 anos. Chávez enfrentou um agressivo tratamento de câncer e, segundo suas próprias palavras, finalizou as sessões de radioterapia há oito semanas. “Médicos, inclusive dos EUA, diziam que eu não ia chegar a 2012, que eu não ia escrever minha candidatura, que não podia caminhar. Graças a Deus e à equipe médica cubano-venezuelana, estou curado”, comentou. “Ontem comecei a caminhar, fortalecendo os braços e pernas e até tentei um trote. Não tenho nenhuma limitação”, contou.
Oposição
Capriles falou hoje em coletiva paralela. “O lançador está cansado”, disse em referência ao beisebol. “Não tem nada de novo, todas são propostas recicladas e relançadas com troca de nomes”, afirmou. “Agora a nossa Venezuela está perdendo o jogo e nós estamos aqui para que nosso país ganhe o jogo”, falou.
Através de sua conta no Twitter (@hcapriles), o candidato opositor criticou a instalação de um chip eletrônico em carros na fronteira da Venezuela com outros países. A medida, segundo o Palácio Miraflores, é para evitar o contrabando de gasolina da Venezuela para outros países, inclusive para o Brasil. Com o chip, monitora-se o comportamento do consumidor e evita-se que os motoristas comprem grandes quantidades do combustível. A gasolina na Venezuela é subsidiada pelo governo e um tanque de um carro pode ser cheio por não mais que U$ 3 dólares.
“Assumindo o governo, vamos remover esse chip da gasolina que está sendo imposto aos tachirenses (pessoas nascidas no Estado de Táchira) e agora em Zulia (Estado Venezuelano). O governo está transferindo para o povo sua incapacidade de controlar a fronteira”, afirmou Capriles. “O governo doa petróleo para outros países, mas impõe ao nosso povo, em certos estados, um chip para abastecer”, reclamou.
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