Após semanas de impasse, o governo chileno e os pescadores da ilha de Chiloé afetados pela “maré vermelha” alcançaram um acordo na noite desta quinta-feira (19/05), informou o Ministério de Economia do país.
Agência Efe
Negociação permitiu a abertura dos acessos à ilha, que estava isolada em função de protestos dos pescadores desde o início do mês
Designado pela presidente Michelle Bachelet para tratar do tema, o ministro de Economia, Luis Felipe Céspedes, reuniu-se com os pescadores da comunidade de Ancud – a última de Chiloé que continuava mobilizada e que não havia chegado a um acordo com o governo.
Os pescadores aceitaram a proposta do Ministério de Economia, que prevê um repasse de 750 mil pesos não somente para os trabalhadores diretamente afetados, mas para todos que dependem de atividades ligadas ao mar.
Além disso, o governo prometeu estabelecer mesas de trabalho para dar conta de pontos da pauta que não estão diretamente relacionados à maré vermelha, que incluem benefícios e melhorias para a região.
NULL
NULL
Nos últimos meses, o aumento da concentração de algas na água tem causado a morte de toneladas de peixes em Chiloé, o que levou o governo a determinar a proibição da pesca no local. A situação gerou desemprego na ilha, onde 80% da população sobrevive de atividades ligadas à pesca.
Agência Efe
Fenômeno da maré vermelha tem causado a morte de milhares de peixes na ilha de Chiloé nos últimos meses
O governo também se comprometeu a investigar a causa da maré vermelha na região com a instalação de um comitê científico independente.
Os trabalhadores afirmam que a situação foi gerada pelo despejo de 4,5 toneladas de salmões podres na Região dos Lagos em março e pedem punição para as empresas.
As autoridades chilenas, entretanto, dizem que especialistas não teriam encontrado relação entre o despejo de peixes e o aumento da concentração de algas, atribuindo o problema a mudanças climáticas.