O governo chileno reconheceu nesta quinta-feira (18/08) que o número oficial de vítimas da ditadura militar comandada pelo general Augusto Pinochet (1973-1990) é muito maior do que o anterior.
Segundo a Comissão da Verdade sobre Prisão Política e Tortura, conhecida como Comissão Valech, outras 9.800 vítimas foram mortos, presos ou torturados,subindo o número total para 40.018.
Até então, eram reconhecidos 27.153 casos de pessoas que sofreram violações de direitos humanos e, por isso, recebiam compensações financeiras mensais do governo, somadas a 3.065 que foram mortas. As informações são das agências de notícias internacionais Associated Press e France Presse.
Leia mais:
Após relatório de comissão da verdade, número de vítimas oficiais do regime Pinochet pode dobrar
Chile reativa comissão que investiga repressão da ditadura
Bachelet inaugura museu em memória das vítimas da ditadura chilena
Após decisão da OEA, familiares já recorrem ao MPF para investigar crimes da ditadura no Brasil
Sobreviventes de violações durante a ditadura terão pensões vitalícias de cerca de 260 dólares mensais (418 reais), enquanto parentes dos mortos na ditadura poderão receber o triplo dessa quantia.
A Valech foi criada em 2003 pelo então presidente chileno Ricardo Lagos. Em sua primeira fase, o órgão ouviu mais de 35 mil testemunhos de pessoas que sofreram abusos.
Antes da criação da comissão, o Chile reconhecia oficialmente apenas 2.279 mortes nas mãos de agentes do Estado durante o regime, compiladas pelo relatório Rettig, que resultou dos trabalhos da Comissão da Verdade e Reconciliação de 1991. O relatório contabilizou apenas as desaparições e execuções.
A pedido de organizações de direitos humanos, em 2009 o Parlamento chileno reabriu a Comissão da Verdade, pedindo a seus membros que tomassem durante seis meses novos testemunhos de vítimas.
Mesmo com o aumento da nova contagem, organizações de direitos humanos estimam que ainda restam muitos casos de abusos e violações a ser contabilizados. Além disso, estima-se que muitas vítimas que vivem em zonas afastadas não registraram suas denúncias, por medo ou falta de informação sobre a comissão. Por isso, muitas organizações de direitos humanos creem que o órgão deveria ser uma instância permanentemente aberta.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL