O Ministério das Relações Exteriores da China pediu nesta quarta-feira (01/09) que seja investigado os massacres supostamente cometidos por tropas norte-americanas durante os 20 anos de invasão no Afeganistão.
Falando sobre possíveis disparos de soldados dos EUA contra civis nos atentados do aeroporto de Cabul, o porta-voz da chancelaria, Wang Wenbin, não emitiu comentários diretos sobre, mas apontou outras ocasiões em que afegãos morreram em decorrência de ações militares no território.
Pelo Twitter oficial do Ministério, a chancelaria afirmou que a vida dos afegãos “deve ser protegida”, assim como os direitos humanos da população serem “defendidos”.
“Os assassinatos de civis pelas forças dos EUA e seus aliados nos últimos 20 anos devem ser investigados exaustivamente, e os assassinos levados à Justiça”, afirmou a pasta.
Ainda nas declarações, Wenbin relembrou alguns episódios de bombardeios e ataques aéreos das tropas norte-americanas ou da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). “Os dados mostram que ao menos 47.245 civis afegãos morreram até abril de 2020 na guerra do Afeganistão iniciada pelos Estados Unidos”, disse o porta-voz.
U.S. Army photo/ Master Sgt. Alexander Burnett
Últimos aviões militares dos Estados Unidos deixaram o Afeganistão na segunda-feira (30/08)
Os últimos aviões militares dos Estados Unidos deixaram o Afeganistão nesta segunda-feira (30/08) com tropas e funcionários da embaixada de Cabul a bordo. As decolagens marcaram o fim de duas décadas de ocupação norte-americana no país.
Joe Biden, presidente dos EUA, defendeu que a retirada das tropas foi a “melhor decisão” em relação à invasão. Com a saída já estabelecida, o grupo Talibã avançou no Afeganistão e voltou ao poder.
A chancelaria chinesa afirmou que Pequim e Cabul são “territórios amigos”. “A China não quer prejudicar o Afeganistão e o Afeganistão não quer prejudicar a China. Os dois países sempre se apoiam”, afirmou o Ministério.
Segundo a pasta, o governo chinês “seguirá uma política amigável” com o Afeganistão, respeitando a “soberania, independência e integridade territorial” afegã. “A China fornecerá continuamente assistência máxima ao Afeganistão para a paz e a reconstrução”, declarou a chancelaria.
(*) Com RT en Español.