A Comissão Europeia, órgão executivo da UE (União Europeia) deverá lançar nesta quarta-feira (10/04) uma ameaça à Espanha e à Eslovênia para que eles corrijam suas políticas de austeridade fiscal até o fim do mês. O aviso aponta os “graves riscos” que o desequilíbrio econômico supostamente provocado por esses dois países possa causar à “estabilidade da zona do euro”, sob pena de sanções econômicas a partir do mês de maio.
O executivo europeu considera que as reformas fiscais nesses dois países são insuficientes. As informações são da agência de notícias Europa Press. A CE faz parte, ao lado do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu, do grupo de credores denominado de “Troika”, que obriga os países europeus endividados a se submeterem a condições econômicas recessivas, recebendo em troca empréstimos para a rolagem das respectivas dívidas internas públicas.
As penalizações, previstas como procedimentos para desequilíbrios fiscais excessivos e que não seguem as normas da UE, viriam em forma de multas de até 0,1% do respectivo PIB (Produto Interno Bruto). No caso da Espanha, ela equivaleria a cerca de um bilhão de euros.
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Em um informe preliminar publicado no último mês de novembro, a Espanha descumpria com seis dos 11 critérios utilizados por Bruxelas para detectar riscos à estabilidade econômica de seus países-membros. Apenas Irlanda, Portugal e Chipre, todos eles submetidos aos empréstimos da Troika, apresentaram um desempenho semelhante – e negativo. A Grécia, também nessa condição, está reprovada em cinco itens.
O que mais preocupa a CE em relação aos espanhóis é o aumento crescente do desemprego, cuja taxa média nos últimos três anos se encontra em 19,9% – sendo que o recomendado pelo órgão é de 10%. Curiosamente, uma das principais causas do alto índice de desemprego apontado por especialistas é exatamente à submissão do país às medidas de austeridade da Troika, da qual a CE faz parte.
O mesmo ocorre com outros critérios, como a perda de espaço no mercado de exportação (- 7,6%), a dívida privada (calculada em 280%), a dívida pública (69%) e a capacidade líquida para investimentos estrangeiros (-91,7% do PIB).
Além da Espanha e da Eslovênia, a CE publicará amanhã um exame mais detalhado sobre os desequilíbrios fiscais de outros 11 estados-membros: Bélgica, Bulgária, Dinamarca, França, Itália, Hungria, Malta, Holanda, Finlândia, Suécia e Reino Unido.