A comissão representativa da Câmara e do Senado – convocada para votar em caráter emergencial o reforço de tropas para ajudar na reconstrução do Haiti -, autorizou ontem (25) o envio de mais 1,3 mil militares para compor a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). A aprovação do decreto legislativo dobra o número de militares na missão passando de 1266 militares para 2,6 mil.
De imediato serão enviados 900 militares, sendo 750 do Batalhão de Infantaria e 150 da Polícia do Exército. O Brasil vai dispor de uma reserva de 400 homens que serão enviados em situação de revezamento. A comissão representativa também aprovou voto de pesar pela morte do diplomata Luiz Carlos Costa, da médica Zilda Arns e 18 militares brasileiros que morreram vítimas do terremoto que atingiu o Haiti no último dia 12 de janeiro.
Houve opositores aque apoiaram a mensagem do executivo e governistas contrários ao envio de mais tropas. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) apoiou o aumento do contingente militar brasileiro no Haiti e foi além. Disse que o reforço deveria atingir também os batalhões de engenharia que podem ajudar na reconstrução do país caribenho.
Já o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) foi contrário ao aumento do efetivo e argumentou que o Brasil não está em condições de ajudar e sim de ser ajudado, citando as enchentes que atingiram recentemente São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.
O Congresso não apreciou nenhuma mensagem sobre o envio de dinheiro. Segundo governistas, o envio de recursos, cujo o valor ainda será sendo definido, será feito por meio de Medida Provisória (MP), procedimento que entra em vigor na data da publicação pelo poder executivo.
Jobim
A votação do reforço nas tropas foi um pedido do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que na semana passada telefonou para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pedindo para que ele convocasse a comissão com o objetivo de votar o reforço nas tropas.
Como o Congresso está em recesso até o dia 2 de fevereiro, na semana que vem, a comissão representativa foi convocada exclusivamente para analisar a mensagem presidencial. A comissão representativa do Congresso é integrada por 17 deputados e oito senadores que ficam de sobreaviso durante o recesso para votar casos emergenciais.
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