Efe
O conservador Antonis Samaras presta juramento como primeiro-ministro diante do arcebispo da Igreja ortodoxa grega
“A Grécia tem um governo”, anunciou nesta quarta-feira (20/06) Evangelos Venizelos, líder do partido socialista grego, o Pasok. Com a declaração, está selada a coalizão com a Nova Democracia, sigla vitoriosa nas eleições parlamentares do último domingo (17/06). O acordo foi firmado após a reunião do ex-ministro das Finanças com o líder conservador Antonis Samaras, que será o novo premiê do país.
Os dois partidos formarão um governo que continuará a submeter a Grécia aos planos de austeridade fiscal impostos pela União Europeia em troca de ajuda financeira para equilibrar as contas públicas. Essas medidas, que incluem cortes generalizados de gastos do governo, demissão de funcionários públicos e redução de salários e aposentadorias, têm agravado ainda mais a recessão da economia grega, com elevação das taxas de desemprego e pobreza.
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A aliança, que era imprescindível para a formação de uma maioria no Parlamento grego, também será formada pelo partido social-democrata Dimar, que declarou seu apoio ao novo líder parlamentar. “Nós decidimos dar um voto de confiança ao governo que será formado”, disse Fotis Kouvelis, após se reunir com o chefe do Nova Democracia. Nesta tarde, os principais representantes dos três partidos se reunirão para definir a distribuição de cargos do novo governo.
Os 129 parlamentares do Nova Democracia contarão, agora, com o apoio de 33 deputados do Pasok e 17 do Dimar.
Oposição forte
“Será uma coalização muito fraca”, disse Nikos Konstandaras, editor do jornal conservador Kathimerini, se referindo às décadas de disputa entre o Nova Democracia e o Pasok.
O novo governo grego também irá enfrentar uma consistente oposição da coalizão de esquerda, Syriza, que com 26% dos votos, obteve 71 assentos no Parlamento. “Encontraremos nossa própria Justiça. Proporemos obstáculos às medidas [de austeridade] e ao ‘resgate’ [da troika]. É a única opção viável para a Europa”, disse o líder Alexis Tsipras.
Histórico
A eleição grega, realizada no último domingo (17/06), foi marcada por disputa acirrada entre representantes da direita e da esquerda. O partido Nova Democracia venceu com 29% dos votos, conseguindo 129 assentos no Parlamento. A coalizão de esquerda, Syriza, obteve segunda colocação com 26% e se consolidou como força de oposição. O Pasok
A forma de lidar com a crise econômica é o principal tema de discordância entre as correntes. Os esquerdistas se opõem às medidas de austeridade e propõem uma mudança na política contra a crise. “O governo, a Nova Democracia, precisa ter em mente grandes questões – não poderá continuar fazendo o que fazia, sem levar em consideração o povo grego”, alertou Tsipras.
No entanto, a nova coalizão mostra indicativos de continuidade da política econômica, deixando a Grécia sob controle da troika, formada por União Europeia, Banco Central Europeu e FMI (Fundo Monetário Internacional), que oferece resgatar a economia grega em troca de um pacote impopular de austeridade.