A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, convocou nesta sexta-feira (9/7) a população para aprofundar o “modelo econômico” que o governo construiu desde 2003, ao liderar no norte do país o 194º aniversário da independência argentina da Espanha.
Cristina disse que tanto a administração de seu marido e antecessor na presidência, Néstor Kirchner (2003-2007), como a dela trabalharam para “construir uma nova independência, a independência econômica”, enquanto em “outras latitudes se discutem demissões, reduções de salários e aumento da idade para se aposentar”.
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“Convoco aos argentinos a seguir trabalhando pela independência econômica, que é a base da política, e também pela independência cultural”, destacou a presidente.
Após considerar que Nestor tirou o país “do inferno”, ela afirmou que chegou a “etapa de construir os elementos de solidez” que permitam conseguir “a independência econômica”.
Nesse sentido, destacou que as reservas monetárias voltaram a superar os 50 bilhões dedólares na última quinta-feira (8/7) após o pagamento da dívida soberana com divisas do Banco Central feito no início do ano, o que causou uma crise institucional.
“O número supera nosso recorde (de reservas) de março de 2008. Isto dá solidez ao país em um mundo volátil no qual as políticas macroeconômicas voam e com elas voam as pessoas, os aposentados, as casas hipotecadas e os trabalhadores”, argumentou.
A presidente disse ainda que seu governo está “construindo um sólido mercado interno” e defendeu a nacionalização dos fundos privados de pensões, entre outras medidas econômicas impulsionadas pelo “kirchnerismo”. Além disso, pediu à oposição que “faça um exercício de memória”, ao ressaltar que “deve reconhecer” que a Argentina “vai pelo caminho certo”.
Acompanhada pelo deputado Kirchner e boa parte de seu gabinete de ministros, Cristina chegou à província de Tucumán, 1,2 mil quilômetros a noroeste Buenos Aires e cenário das principais comemorações pelo Dia da Independência. Antes de discursar, a presidente liderou um ato na Casa Histórica de Tucumán, o berço da independência.
Cristina, pelo contrário, não foi ao tradicional Tedéum que aconteceu em Tucumán e no qual o vice-presidente do Episcopado argentino, Luis Villalba, manifestou mais uma vez as diferenças entre a Igreja Católica e o governo.
Villalba pediu a passagem de “um modelo de conflito para um modelo de convivência harmoniosa, que respeite as diferenças”, e ratificou a rejeição da Igreja ao projeto de lei que debatido no Parlamento para permitir o casamento entre homossexuais, apoiado pelo Executivo.
Após seu discurso, a presidente presenciou um desfile cívico militar no qual participaram 5 mil pessoas e em breve empreenderá diretamente desde Tucumán uma viagem à China, onde liderará uma missão comercial e se reunirá com o líder do país, Hu Jintao.
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