O PIB (Produto Interno Bruto) chileno sofreu uma contração de 3,4% no primeiro semestre do ano, segundo dados divulgados hoje (19) pelo Banco Central do país. Somente entre abril e junho, a economia do país encolheu 4,5%, na comparação com igual período do ano passado. No primeiro trimestre, o desempenho negativo havia sido de 2,3%. Analistas projetavam uma contração pro trimestre entre 3,8% e 4,4%.
De acordo com a autoridade monetária, a queda na produção industrial, do comércio exterior e da demanda interna puxaram a cifra para baixo.
A demanda doméstica diminuiu 10,6% no segundo trimestre ante igual intervalo de 2008, prejudicada principalmente pela queda de 19% da formação bruta de capital fixo. As exportações de bens e serviços caíram 5,4%, enquanto as importações diminuíram 18,8%.
O Banco Central explicou que a maior contração foi registrada no setor de madeiras me móveis (-32%), no de pesca (-27,3%), seguida pela indústria (-13,1%). Comércio (-7,1), transporte (-6%), construção civil (-4,8%), agropecuária (-2,3%) e mineração (-2,5%) caíram a taxas mais moderadas. “No final, se destacou a indústria como o setor de maior impacto negativo, seguido pelo comércio”, disse a entidade.
Em contraste, o setor de eletricidade, gás e água registrou expansão de 21,6%, seguindo pelo setor de telecomunicações, com crescimento de 5,3%.
Cautela
Para estimular a economia, a presidente Michelle Bachelet lançou no começo do ano um plano fiscal de 4 bilhões de dólares, enquanto o Banco Central reduziu a taxa de juros nos últimos meses até alcançar um mínimo histórico de 0,5%, além de medidas monetárias complementárias.
O ministro da Fazenda chileno, Andrés Velasco, recebeu os números de forma positiva. “Uma economia que vinha de seguidos meses de queda agora começa a se estabilizar”, afirmou, segundo o jornal El Mercurio. Velasco ressaltou que na comparação trimestre a trimestre, a economia mostra uma retração mais leve. “Isso sugere que o trimestre atual deverá mostrar uma recuperação com o anterior”.
Para o economista da Universidade de Santiago, Francisco Castañeda, apesar da queda do PIB, o cenário econômico é positivo quando comparado com meses passados. “Se analisarmos indicadores parciais, veremos que as bolsas chilena e norte-americana estão se recuperando. Ao mesmo tempo, a venda de imóveis começou a crescer novamente”, afirmou ao Opera Mundi.
Castañeda advertiu, porém, que as projeções, de todas as formas, não são boas o bastante para indicar uma recuperação total da economia chilena, e disse que o PIB anual deve apresentar queda entre 1% e 1,5%. O Banco Central e o governo previram o resultado entre uma queda de 0,75% e crescimento de 0,25%.
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