Milhares de pessoas saíram às ruas nesta quinta-feira (17/03) na Colômbia para protestar contra medidas neoliberais do presidente Juan Manuel Santos. A paralisação geral — a primeira manifestação unificada do ano — foi convocada pelo Comando Nacional de Paralisação (entidade que reúne vários sindicatos) e ganhou adesão de associações de estudantes, camponeses, caminhoneiros, taxistas e a principal sigla de esquerda do país, o Polo Democrático.
Agência Efe
Colombianos saíram às ruas do país para protestar contra privatizações em setores como saúde e educação
Em Bogotá, houve manifestações em vários pontos da cidade. As reivindicações dos movimentos estão reunidas em um documento que lista 15 pontos. Dentre eles estão aumento dos salários e uma redução dos preços do transporte público e dos combustíveis, além do congelamento do preço dos pedágios.
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Os manifestantes se opõem também à privatização nos setores de saúde, educação e de empresas estatais. Um dos casos mais emblemáticos é a venda da empresa de energia Isagén por dois milhões de dólares a um fundo de investimento canadense, em um momento em que o país se encontra em risco de racionamento energético.
Os movimentos sociais pedem ainda a implantação de políticas de emergência para alguns povos, que sofrem com a incidência de fome e mortalidade infantil, considerado pelas entidades “uma vergonha” para o país.
Economia
De acordo com o presidente da CUT (Central Unitária de Trabalhadores), Luis Pedraza, a paralisação se direciona contra a política econômica e social do presidente Santos.
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O plano de reforma tributária do Executivo é outro ponto criticado pelos movimentos. O projeto deve tramitar no Congresso este ano e elevaria do imposto IVA (de consumo), hoje em torno de 15%.
O presidente Santos justifica que as medidas estão sendo tomadas para garantir um crescimento no país 3% maior do que o esperado para muitos países latinoamericanos.
Por outro lado, a subida acentuada da inflação é sentida pela população. No decorrer do ano, os colombianos perderam o poder aquisitivo em decorrência da inflação, que no final de 2015 ficou em torno de 7%, a mais alta dos últimos anos.
Também foi realizado um protesto de taxistas — pelo terceiro dia seguido — contra o aplicativo Uber. Ocorreram enfrentamentos entre manifestantes e policiais, que lançaram bombas de gás lacrimogêneo. Pelo menos 16 taxistas foram detidos e quatro policiais ficaram feridos.