Um vídeo publicado pela jornalista Layal Haddad do portal Al Araby, neste domingo (26/05), revelou o histórico de Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista norte-americana The Atlantic que, desde 7 de outubro de 2023, autorizou artigos e reportagens defendendo o regime sionista e o genocídio israelense promovido contra os palestinos na Faixa de Gaza.
Na descrição da postagem feita pela plataforma X, a jornalista denuncia que “a revista Atlantic, após oito meses de genocídio, publicou uma reportagem justificando ‘legalmente’ o assassinato de crianças!”, referindo-se a uma matéria divulgada pelo veículo em 17 de maio, sob o título “The UN’s Gaza Statistics Make No Sense” (“As Estatísticas da ONU sobre Gaza Não Fazem Sentido”, em sua tradução).
A reportagem em questão questiona os números de palestinos mortos e feridos, sobretudo de mulheres e crianças, divulgados pelo Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) ao longo da guerra.
O 12º parágrafo da matéria afirma que “é possível matar crianças legalmente, se, por exemplo, alguém estiver sendo atacado por um inimigo que se esconde atrás delas”.
“Rebater as alegações do Hamas, deixando os jornalistas verem a guerra de perto, seria um risco calculado. Mesmo quando conduzida legalmente, a guerra é feia. É possível matar crianças legalmente, se, por exemplo, alguém estiver sendo atacado por um inimigo que se esconde atrás delas. Mas a visão de uma criança legalmente morta não é menos perturbadora do que a visão de uma criança assassinada”, diz o trecho.
Nesse sentido, o vídeo publicado por Haddad conta que, na década de 90, o editor-chefe da The Atlantic, Jeffrey Goldberg, saiu da universidade em que estudava nos Estados Unidos para se voluntariar na base militar de ocupação israelense e servir na prisão de Ktzi’ot: o maior centro de detenção de Israel.
مجلة ذي أتلانتيك، بعد 8 شهور من الإبادة، ناشرة تقرير، بتبرر فيه “قانونياً” قتل الأطفال!
منيح نضل نذكر إنه رئيس تحرير المجلة، خدم بجيش الاحتلال. متله متل كتير صحافيين تانيين بمؤسسات إعلامية كبيرة، متحكمين بالتغطية الإعلامية للعدوان. pic.twitter.com/mtct5se3OE— layal h (ليال حداد) #CeasefireNOW (@layalhaddad) May 26, 2024
De acordo com as informações da organização internacional não governamental de direitos humanos, Human Rights Watch, na Primeira Intifada, a prisão de Ktzi’ot serviu como o maior campo de detenção de palestinos administrado pelo exército israelense.
“Durante seu serviço militar, ele testemunhou e participou da tortura de palestinos detidos, assim como ele mesmo conta em seu livro Prisoners (Prisioneiros, em sua tradução)”, revela a jornalista.
Na postagem, Haddad também menciona outros jornalistas que trabalham em veículos norte-americanos da mídia hegemônica e controlam a cobertura midiática a favor da agressão israelense contra palestinos, como o editor David Luhnow, de The Wall Street Journal; o repórter Ronen Bergman, de The New York Times; e o editor-chefe da CNN, Mark Thompson.
“Por que a cobertura midiática do Ocidente é tão enviesada e simpatizante a Israel? Nós podemos citar um monte de exemplos. Nós, árabes, vemos claramente como: racismo, ignorância, islamofobia, financiamento da mídia ocidental, campanha de lobby israelense. São motivos lógicos. Mas tem aí um fator que pode ser mais importante. Quem é que nos traz notícias sobre a guerra?”, diz Haddad.