A Casa Branca anunciou neste domingo (10/01) que durante o discurso do presidente Barack Obama no Congresso na próxima terça-feira, o box da primeira-dama do país, Michelle Obama, terá um assento vazio para representar as vítimas de armas de fogo nos EUA. Segundo o comunicado oficial, a cadeira vazia representará “as vítimas da violência com armas que não têm mais voz” porque “elas precisam que o resto de nós fale por elas”.
EFE
Tradicional discurso “State of the Union”, que será feito na próxima terça-feira (12/01), é considerado o mais importante do ano
O anúncio do governo norte-americano ocorreu menos de uma semana após o presidente Obama lançar uma série de medidas para aumentar o controle do acesso a armas de fogo nos Estados Unidos. Um dos principais pontos anunciados é a exigência que os vendedores de armas chequem os antecedentes dos compradores, o que atualmente é feito em lojas físicas, mas não é a regra em sites e feiras de armas.
“Nós [norte-americanos] não somos inerentemente inclinados à violência. Mas somos o único país avançado do mundo que vive esse tipo de violência em massa com essa frequência”, declarou o presidente em pronunciamento à imprensa na última terça-feira (05/01). As ordens executivas assinadas por Obama têm força de lei e não precisam da aprovação do Congresso, cuja maioria se opõe a alterar a legislação sobre armas de fogo.
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O discurso da próxima terça-feira é o tradicional “State of the Union” (“Estado da União”), realizado anualmente, no qual o presidente expõe as prioridades da Casa Branca para o ano. Com as declarações da semana passada, Obama sinalizou que o combate às armas de fogo deve ser uma prioridade do seu último ano de mandato.
Segundo o comunicado da Casa Branca, o assento vazio servirá para “lembrar a cada um de nossos representantes que é responsabilidade deles fazerem algo sobre isso [violência com armas de fogo]”. As medidas de Obama levaram a críticas de políticos da oposição. O pré-candidato republicano Marc Rubio disse que se Obama pudesse retirar as armas dos americanos, “ele faria isso”.
O box de Michelle Obama contará também com um refugiado sírio que vive nos EUA, um veterano de guerra e Jim Obergefell, autor do processo que foi julgado na Suprema Corte e levou à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo no país, em junho do ano passado.