O presidente da Turquia, Recep Erdogan, declarou nesta sexta-feira (01/01) que ele considera o período em que a Alemanha foi governada pelo líder nazista Adolf Hitler como um “exemplo de sistema presidencial eficiente”, reportou a imprensa turca.
EFE/ Arquivo
Erdogan: seu partido, o AKP, obteve maioria nas eleições de dois meses atrás, em uma manobra para ter mais poder
Nesta manhã, ele retornou de uma visita à Arábia Saudita e, em seguida, participou de uma coletiva de imprensa com jornalistas.
Questionado se um sistema executivo presidencial era possível enquanto se mantém a estrutura unitária de um Estado, ele respondeu: “Já há muitos exemplos disso ao redor do mundo. Você pode ver isso quando olha a Alemanha de Hitler”, comentou.
“Há exemplos mais recentes em vários outros países também”, acrescentou a repórteres, segundo a agência de notícias local Dogan.
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Erdogan, que por muitos anos foi primeiro-ministro, antecipou as eleições gerais turcas no ano passado, em uma manobra para obter mais poder, tornando-se presidente do país.
Para isso, recentemente ele tem apoiado um projeto de mudar a Constituição da Turquia que visa tirar o caráter cerimonial da figura do presidente, para torná-lo um chefe de Estado nos moldes dos EUA, França e Rússia.
No início de novembro de 2015, o AKP (Partido Justiça e Desenvolvimento), de Erdogan, conseguiu recuperar a maioria no Parlamento turco, com quase 50% dos votos.
As eleições deste domingo foram convocadas em agosto por Erdogan após falharem as negociações para a formação de uma coalizão de governo no Parlamento. A convocação de novas eleições foi considerada uma tentativa do AKP de conseguir maioria absoluta e governar sozinho, o que de fato se concretizou: projeções indicam que o partido pode conseguir 325 das 550 cadeiras do Parlamento, superando com folga as 276 cadeiras que configuram maioria.