Na esteira da ex-senadora Ingrid Betancourt, que cogitou recentemente processar o estado colombiano por ter sido sequestrada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), quatro ex-congressistas que estiveram em poder do grupo por mais de seis anos entraram na Justiça contra o governo, requisitando quantias que, somadas, superam US$ 11 milhões.
Um delegado da cidade de Neiva, Francisco Lizcano, disse a jornalistas que os processos foram requisitados por Gloria Polanco, Jorge Eduardo Géchem Turbay, Orlando Beltrán e Consuelo González de Perdomo.
Segundo Lizcano, procurador da mesma cidade, capital do departamento (estado) de Huila (sudoeste), os ex-congressistas entabularam as ações em um tribunal da jurisdição.
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Polanco e seus familiares processam o estado colombiano por um montante superior aos 12,5 bilhões de pesos (cerca de US$ 6,5 milhões, enquanto Turbay e alguns de seus parentes querem 7,38 bilhões de pesos (US$ 3,8 milhões). Cuéllar espera uma reparação de 1,2 milhões de pesos (aproximadamente US$ 631 mil), enquanto Perdomo pretende receber por 800 milhões de pesos (US$ 421 mil).
Os quatro congressistas, todos de Huila, começaram desde abril deste ano a buscar indenizações do estado e justificam seu pedido por falhas do governo em relação à sua segurança.
Polanco foi sequestrada em 26 de julho de 2001 junto a seu marido, o senador Jaime Lozada, dois filhos do casal e 12 vizinhos por um comando das Farc que atacou um edifício em pleno centro de Neiva.
Em 28 de agosto do mesmo ano, Beltrán Cuéllar foi raptado pelas Farc, que chegaram até um sítio onde se encontrava, no departamento de Huila.
Dias depois, em 10 de setembro de 2001, a então congressista Perdomo também foi sequestrada por guerrilheiros em uma estrada de Huila.
Por fim, em 20 de fevereiro de 2002, as Farc obrigaram um avião a aterrissar em uma estrada do departamento e sequestraram três ocupantes, entre eles o senador Turbay.
Lozada, Cuéllar e Turbay foram entregues em fevereiro de 2008 pelas Farc a uma comissão humanitária da Cruz Vermelha Internacional por mediação do presidente venezuelano Hugo Chávez. Em janeiro do mesmo ano, também por mediação de Chávez, Perdomo tinha sido libertada.
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