O ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper (1994-1998) expressou hoje seu temor de que após a investigação contra a senadora Piedad Córdoba sejam “criminalizadas” as ações de qualquer pessoa a favor do regate de reféns de guerrilhas ou em defesa dos direitos humanos.
“Preocupa-me que as gestões humanitárias realizadas para obter a libertação de 14 sequestrados agora possam ser consideradas como atos criminais ou como faltas disciplinares”, declarou ele.
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Ontem, a Procuradoria Geral do país anunciou a decisão de destituir Córdoba do mandato de senadora e inabilitá-la a ocupar cargos públicos por 18 anos devido a supostos vínculos que a oposicionista — que mediou vários resgates de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia — manteria com o grupo armado.
Posteriormente, a parlamentar afirmou em um comunicado que a investigação movida contra ela não tem respaldo probatório, mérito jurídico ou valor moral e ético, e que iniciará ações legais contra a decisão da procuradoria.
Samper lembrou que a parlamentar “teve que necessariamente ter um contato com as Farc”, pois era obrigatório ganhar a “confiança” desta organização. “Por este caminho [sem contato] não haverá ninguém que se atreva a libertar os 22 sequestrados que continuam em poder” do grupo, apontou ele.
Segundo as investigações, a senadora deu conselhos aos guerrilheiros, como o de enviar depoimentos em áudio de reféns, ao invés de vídeos.
O inquérito contra Córdoba teria sido iniciado devido a informações encontradas nos computadores apreendidos em um acampamento das Farc bombardeado em março de 2008 em território equatoriano, em uma operação na qual morreu o então número dois da guerrilha, Raúl Reyes.
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