A polícia de Islamabad deteve nesta sexta-feira (19/04) o ex-presidente Pervez Musharraf em sua casa e o conduziu a um tribunal da capital paquistanesa, onde se decidiu por sua prisão domiciliar, informou a imprensa local.
De acordo com diversas emissoras, as forças de segurança levaram-no de volta a sua casa no exclusivo bairro de Chak Shazad, onde foi posto em prisão domiciliar.
“Vim ao Paquistão por minha própria decisão e enfrentarei este problema porque respeito a Justiça”, disse Musharraf ao canal Geo pouco após ser detido.
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Após ouvir a ordem de detenção emitida pelos magistrados na quinta-feira (18/04), o ex-chefe do Exército fugiu do tribunal e se refugiou em sua mansão “para tomar café e fumar bons charutos”, segundo disse, em tom de ironia, o seu advogado.
Na tarde de quinta-feira, os representantes legais do ex-presidente golpista apresentaram à Suprema Corte o pedido de suspensão da ordem de detenção, mas o máximo tribunal não se pronunciou a respeito.
O julgamento pelo qual Musharraf foi detido tem relação com a etapa final do seu regime, em novembro de 2007, quando foram presos 60 juízes, entre eles o então chefe da Suprema Corte, Iftikhar Chaudhry.
Além desse processo, o ex-general enfrenta outro caso por alta traição e mais dois por cumplicidade no assassinato de um dirigente nacionalista da região ocidental do Baluchistão, Nawab Bugti, em 2006, e na morte da ex-primeira ministra Benazir Bhutto, em 2007.
É a primeira vez que os tribunais paquistaneses se atrevem a ordenar a detenção de um ex-chefe da poderosa estrutura militar do país asiático, cuja atual cúpula mantém um escrupuloso silêncio sobre a situação de Musharraf.
A detenção desta sexta-feira se soma ao revés sofrido por Musharraf após ter sido desqualificado das eleições de maio, uma vez que os tribunais eleitorais não o consideram apto para participar do pleito devido a seus problemas com a Justiça.