Em carta aos integrantes da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pedem que sua versão do conflito colombiano seja apresentada em uma assembleia da entidade e reiteram o desejo por uma “saída política” junto ao governo.
“Senhores presidentes: quando o julgarem oportuno estamos dispostos a expor em uma assembleia da Unasul nossa visão sobre o conflito colombiano. A paz da Colômbia é a paz do continente”, diz a carta aberta do Secretariado do Estado Maior Central das FARC.
O texto, publicado hoje (23/8) pela Anccol (Agência de Notícias Nova Colômbia), afirma que “apesar de o governo da Colômbia manter as portas do diálogo fechadas”, a guerrilha busca saídas políticas e pacíficas. Posteriormente, as FARC criticam a presença estrangeira no país e advertem sobre a grave crise humanitária gerada pela violência.
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Em julho, o chefe das FARC, Guillermo León Sáenz, conhecido como Alfonso Cano, propôs ao novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que assumiu a presidência no último dia 7, diálogo para superar “a terrível situação” que o país vive.
Plano Colômbia
“Em nosso país, o Plano Colômbia, a estratégia neoliberal, a violência institucional e para institucional, agravaram a níveis indiscutíveis o conflito, tornando muito difícil superar essa etapa de confrontação fratricida sem a ajuda de países irmãos”, afirma a carta. O Plano Colômbia, firmado com os Estados Unidos em 2000, investiu mais de seis bilhões de dólares no país sul-americano, em treinamento e armas para combate ao narcotráfico.
Segundo a guerrilha, as operações militares do governo ocasionaram “inúmeros massacres”, como o de La Macarena, local onde uma fossa comum com mais de dois mil corpos foi encontrada em 2008. Acredita-se que as vítimas são os chamados “falsos positivos”, civis inocentes mortos por militares para passarem como guerrilheiros e aumentarem as estatísticas governamentais.
Foro de São Paulo
O documento final da 16º edição do Foro de São Paulo, concluído nessa sexta-feira (20/8) teve como uma das principais propostas um plano de paz para o conflito colombiano, um dos assuntos mais abordados durante os quatro dias de debates.
A Unasul foi apresentada como canal de diálogo. “O Foro de São Paulo se compromete a impulsionar uma ação decidida com os governos e movimentos sociais da região. Em particular, procurará que a Unasul cumpra um papel de facilitação ou de mediação”.
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