O presidente francês, François Hollande, exigiu nesta segunda-feira (01/07) que os EUA “cessem imediatamente” as atividades de espionagem na UE (União Europeia), dizendo que Paris “não aceitará este tipo de comportamento entre aliados”.
“Há elementos suficientes para que possamos exigir explicações”, declarou Hollande à imprensa europeia, após a revista alemã Der Spiegel revelar novos documentos que comprovam ações de Washington de espionagem no prédio da UE em Nova York e em Bruxelas, sede da entidade.
Agência Efe
Assim como outros dirigentes europeus, Hollande condenou o escândalo de espionagem de Washington
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, recusou-se hoje a comentar as acusações da Der Spiegel contra a NSA (sigla em inglês para Agência Nacional de Segurança) em instituições e países da UE, mas afirmou que muitas nações “desenvolvem várias atividades para protegerem sua segurança nacional”, algo que considera ser “comum”.
“Posso dizer que todos os países do mundo que estão envolvidos em questões internacionais, de segurança nacional, desenvolvendo várias atividades para protegerem a sua segurança nacional, e todo o tipo de informação contribui para isso. Tudo o que sei é que isso é comum em várias nações”, disse em entrevista coletiva.
A mais recente notícia sobre as atividades de espionagem provocou uma onda de indignação entre dirigentes europeus. O presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, declarou neste domingo (30/06) que a espionagem de diplomatas e instituições europeias pelo programa norte-americano Prism “é um grande escândalo”, que pode ter impacto nas relações entre os tradicionais aliados ocidentais.
A ministra de Justiça da Alemanha, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, reiterou sua insatisfação com o caso. “Excede todo o imaginável que nossos amigos dos Estados Unidos olhem os europeus como inimigos”, afirmou a ministra. Sabine disse ainda que o caso lembra o comportamento “entre inimigos” durante a Guerra Fria.
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Segundo a revista alemã Der Spiegel, a NSA, em um único dia, tem acesso, só na Alemanha, a cerca de 20 milhões de conversas telefônicas e 13 milhões de comunicações na internet.
A revista afirmou ainda que a NSA espiona as representações da UE e da ONU nos EUA, com microfones instalados nesses edifícios e através da rede de computadores interna conectada a Bruxelas. Com esse sistema, os serviços secretos dos Estados Unidos tiveram acesso a conteúdos de conversas confidenciais, e-mails e arquivos dos computadores da UE.
A União Europeia declarou oficialmente que aguarda explicações da administração Obama.