Agência Efe
Após duas décadas com portas fechadas, sob o temor instaurado em todo o país pela violência de uma guerra civil, o Teatro Nacional da Somália, em Mogadíscio, teve um de seus primeiros eventos marcado pela explosão de uma bomba que deixou ao menos oito mortos e dezenas de feridos.
O ataque terrorista ocorreu nesta quarta-feira (04/04), quando uma suicida invadiu a solenidade de aniversário de um ano da fundação da Estação Nacional de Televisão da Somália e acionou os explosivos que carregava consigo. Entre as vítimas fatais estão o chefe do Comitê Olímpico nacional, Aden Yabarow Wiish, e o diretor da Federação Somali de Futebol, Said Mohamed Nur. O primeiro-ministro Abdiweli Mohamed Ali também estava presente, mas conseguiu escapar ileso do atentado.
Militantes do grupo al Shabab, organização fundamentalista islâmica que atua predominantemente na Somália e na Etiópia, assumiram a responsabilidade pela explosão. Em resposta, ativistas da União Africana consideraram o ataque insuficiente para barrar os esforços pela disseminação da paz na região.
A notícia do assassinato da autoridade máxima do futebol somali e da liderança do comitê olímpico do país também repercutiu na cúpula da Fifa. Em um comunicado, Joseph Blatter, presidente da organização, se disse “chocado” as mortes e garantiu que só conseguia se lembrar “de coisas boas sobre seus esforços infindáveis pela promoção do esporte”.
A emissora britânica BBC conseguiu entrar em contato com o primeiro-ministro Abdiweli Mohamed Ali, que classificou como a essência do al Shabab a “morte de pessoas inocentes”. Ele acredita, contudo, que esse tipo de ação representa “os últimos suspiros de um cavalo que está morrendo”.
Abdullahi Yussuf Abdurahiman, homem de 22 anos que sobreviveu à explosão, também conversou com a BBC. Ele conta ter visto “corpos mutilados, sapatos pelo chão, e celulares manchados de sangue em meio a cadeiras rachadas aos meio”.
Suposta estabilidade
Os ataques ocorrem no momento em que o governo do primeiro-ministro Abdiweli Mohamed Ali tenta restaurar a presença do Estado na capital Mogadíscio. Em agosto do ano passado, o grupo al Shabab conseguiu ser expulso da capital, mas, desde então, prosseguiu com ataques sobre a população.
Em entrevista à Agência Reuters, Sheikh Abdiasis Abu Musab, porta voz da organização terrorista, anunciou que os alvos da explosão eram “ministros e legisladores infiéis”.
Na semana passada, a União Africana disse ter encerrado seu controle sobre a periferia da cidade, o que, em tese, possibilitou que os extremistas conduzissem seus ataques.
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