Em 9 de julho de 1816, a burguesia ‘criolla’ de Buenos Aires proclama oficialmente a independência do antigo vice-reinado espanhol do Río de la Plata sob o nome de Províncias Unidas do Prata. Seis anos antes, aproveitando-se da Revolução de Maio de 1910, os habitantes da colônia espanhola do Rio da Prata derrubaram o vice-rei e constituíram uma primeira junta.
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Os Bourbons da Espanha, de volta ao trono após o poder napoleônico, tentam retomar o controle com o concurso dos seus partidários locais, os realistas. Sob o comando de generais como Belgrano, Puyrredon e sobretudo San Martín, os patriotas resistem. Eclode, então, uma sangrenta guerra pela independência.
O mérito da vitória recai essencialmente no general José de San Martín, um criollo, fino estrategista, que levou o pequeno exército de insurgentes a derrotar definitivamente os espanhóis.
De março a julho de 1816, representantes dos patriotas ou independentistas se reuniram em congresso em Tucumán, 1.500 quilômetros ao norte de Buenos Aires, para decidir a forma do novo Estado, que reunia um imenso território quase vazio entre os Andes e o Oceano Atlântico.
Certos congressistas inclinaram-se por um governo centralizado, outros por uma federação. Belgrano e San Martín sugeriram um regime monárquico. Ao cabo de uma violenta controvérsia, os partidários de uma república unitária acabaram prevalecendo em um primeiro momento e a independência é, por fim, proclamada.
Revigorado pelos seus êxitos militares e decepcionado pela vitória dos republicanos, o general San Martín decide abandonar Buenos Aires. Atravessa a Cordilheira dos Andes com 4 mil homens e vai libertar o Chile e o Peru.
Dentro dos limites das Províncias Unidas do Prata, entretanto, as dissensões se multiplicavam. O Estado jesuíta do Paraguai, que os espanhóis haviam incorporado ao vice-reinado do Rio da Prata, logo se tornou independente. Ao cabo de uma guerra contra o Brasil em 1826, foi a vez da província cisplatina do Uruguai se emancipar.
Em 1829, o chefe dos federalistas, Juan Manuel de Rosas, 36 anos, toma o poder. Este caudillo, grande proprietário de terras não tarda a instaurar uma ditadura brutal. Forma um esquadrão da morte a soldo, a Mazorca, responsável pelo assassinato, se dizia, de cerca de 20 mil pessoas.
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Os argentinos se sublevam sob o comando de outro caudillo, Justo José de Urquiza, que derrota o ditador Rosas em Monte Caseros em 3 de fevereiro de 1852. Urquiza assume o poder com a fuga de Rosas e se torna o primeiro presidente constitucional da República Argentina.