O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas, deve ter sua pena executada neste sábado (17/01), após o governo brasileiro ter o pedido de clemência negado novamente nesta sexta-feira (16/01) pelo presidente do país, Joko Widodo. De acordo com o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, a situação pode prejudicar relações bilaterais entre ambos os países.
O mandatário indonésio já havia negado clemência ao brasileiro em dezembro. Nesta sexta, a presidente Dilma Rousseff apelou pessoalmente por ele e por Rodrigo Muxfeldt Gularte, que também foi condenado por tráfico ao ser pego com seis quilos de cocaína. De acordo com a justiça indonésia, Gularte deverá ser executado em fevereiro.
O ex-senador Eduardo Suplicy apelou, em seu Twitter, pela não execução:
O presidente Widodo, no entanto, disse compreender a preocupação brasileira, mas ressaltou que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia, com a garantia do devido processo legal aos brasileiros.
Agência Efe
Joko Widodo é o primeiro presidente indonésio sem relação com o ex-ditador Hadji Mohamed Suharto
As execuções são parte da política de Widodo, eleito em 2014, que decretou tolerância zero com o tráfico de drogas. As medidas são amplamente respaldadas pelo povo indonésio.
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Relações bilaterais
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil fez “um movimento muito forte há cerca de dez dias quando se evidenciou que era iminente a execução de um dos presos”, respeitando a soberania do país, mas que o resultado foi “extremamente frustrante”.
Garcia ressaltou que a situação pode criar uma “dificuldade grande” no relacionamento entre os dois países.
Em declarações dadas ao cineasta Marcos Prado para a realização de um documentário, Archer declarou, na última terça-feira, que passa por um momento “muito difícil”. E diz ter esperança? “Eu mereço mais uma chance. Meu sonho é sair daqui e voltar para o Brasil. Acredito mais uma vez que minha estrela vai brilhar. Eu vou lutar até o fim. A minha vida não pode acabar dessa maneira”, disse no depoimento.