Um deputado iraniano anunciou neste sábado (2/9) que uma possível retomada das negociações nucleares com as grandes potências poderia ocorrer no mais alto nível e incluir “novas rostos” procedentes de “países amigos”.
Em declarações divulgadas pela televisão estatal PressTV, Alaeddin Boroujerdi, presidente da Comissão de Segurança Nacional e Relações Exteriores do Parlamento iraniano, afirmou que o marco da negociação “será um pacote de propostas apresentado pelo Irã” que não se limitaria à controvérsia nuclear.
“As futuras negociações com o grupo 5+1 (integrado pelos membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) poderia ser realizado entre os vice-ministros”, explicou.
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O parlamentar indicou que “os países que votaram de forma independente e têm boas relações com o Irã podem ser convidados às negociações”, em aparente alusão ao Brasil e a Turquia.
Ressaltou que o diálogo será ampliado “para questões chaves como terrorismo, narcotráfico, crise regional, segurança energética e a polêmica das armas de destruição em massa.
Suas declarações contradizem a exigência expressada até o momento pelo 5+1 e em particular pelos Estados Unidos e a União Europeia, de que as conversas fiquem em torno do controvertido programa nuclear iraniano.
Reações e sanções
Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos e Israel, acusam o Irã de ocultar, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas cujo objetivo seria a aquisição de um arsenal atômico, alegação que Teerã nega.
O regime iraniano recusou em novembro de 2009 uma proposta de Washington, Moscou e Londres para trocar seu urânio a 3,5% por combustível nuclear para a planta de pesquisa que possui na capital.
Desde então, não houve negociações formais entre as partes.
Em fevereiro deste ano, o Irã ignorou as advertências da comunidade internacional e começou a enriquecer urânio a 20%, o que levou o Conselho de Segurança das Nações Unidas a impor novas sanções.
Um mês antes, Irã, Brasil e Turquia selaram um documento conjunto no qual recuperavam essa troca, embora com outras condições.
Boroujerdi voltou a insistir hoje que “os países ocidentais devem estar conscientes que não alcançarão nada por meio de medidas de pressão e sanções”.
“Irã insiste em seu direito de usar a energia nuclear para fins pacíficos e em nenhum momento vai negociar esse direito com ninguém”, advertiu.
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