O ano novo judaico, ou Rosh Hashaná, começou com a perspectiva de uma forte alta de preços e a incerteza se o ano hebraico de 5773 (2012-2013) será de guerra ou de paz, após as ameaças de Israel de atacar o Irã para impedir que consiga armas nucleares.
Efe
Dois judeus ultraortodoxos manipulam um shofar, um dos instrumentos de sopro mais antigos, em Tel Aviv
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sofre pressão de agências de classificação de risco para que mantenha a credibilidade fiscal em meio à crise — a receita tributária no país é cada vez menor. Apesar de ter adotado algumas medidas destinadas a atenuar a falta de liquidez nos cofres públicos, como o aumento do IVA para 17% e uma alta de impostos, Netanyahu não conseguiu garantir um orçamento.
Com isso, seu governo corre riscos. Dois de seus cinco parceiros da coalizão se opuseram a seu plano de austeridade e poderiam precipitar a realização de eleições antecipadas. O presidente do banco central israelense Stanley Fischer disse à revista econômica The Marker que, se o governo não conseguir passar os orçamentos de 2013 em outubro, o país deveria ir às urnas.
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Apesar de Israel ter um crescimento previsto para 2012 de 3,2%, a economia está em processo de desaceleração em relação a exercícios anteriores, em parte porque 40% da economia está nas exportações, prejudicadas pela crise na Europa (seu principal mercado) e Estados Unidos.
Quase metade dos israelenses judeus se sente insegura com a situação econômica, segundo um recente estudo realizado pelo Instituto Demográfico e a Universidade de Tel Aviv. Além disso, um terço não consegue cobrir suas necessidades básicas mensais e 76% opina que o governo deveria ter procurado outras vias para reduzir o déficit, em vez de aumentar o IVA.
Quanto a se Israel deve lançar um ataque preventivo contra as instalações nucleares iranianas, a população se mostra dividida. Quarenta e três porcento dos judeus israelenses apoiam Netanyahu na intenção de envolver o presidente dos EUA, Barack Obama, em uma eventual ação militar contra o Irã, enquanto 40% consideram esse enfoque desaconselhável.