Sob o lema “Israel quer mudanças”, dezenas de milhares de pessoas se reuniram neste sábado (07/03) em Tel Aviv para manifestar rejeição ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e às suas políticas de governo postas em prática ao longo dos seis anos de mandato. Israel realizará eleições gerais no próximo dia 17.
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Agência Efe
Ato reuniu pelo menos 40 mil israelenses (80 mil, segundo os organizadores) em praça de Tel Aviv
Em um ambiente festivo, mais de 40 mil israelenses — 80 mil, segundo os organizadores do evento — de todas as idades e sem rastro de representação religiosa se reuniram na praça de Yitzhak Rabin para mostrar seu descontentamento com as políticas internas e externas do líde, prestes a enfrentar as urnas pleiteando seu terceiro mandato consecutivo.
O movimento “Um Milhão de Mãos”, organizador da manifestação, afirma não ter compromissos políticos com nenhum partido e alega ter nascido da firme crença de que a segurança nacional e pessoal dos cidadãos israelenses só será possível com a criação de um Estado palestino e a redução do custo de vida no país.
Agência Efe
Movimento “Um Milhão de Mãos” foi o responsável por organizar a marcha em Tel Aviv
“Precisamos de uma liderança responsável. Em Israel, há gente em situação econômica complicada que busca um líder nas próximas eleições”, afirmou à agência Efe Iris Gedot, de 51 anos.
“Se tivesse que enumerar os principais desafios a ser superados pelo próximo governo, a paz com os palestinos lidera a lista, seguida pelo orçamento econômico que está marcado pelas políticas e os temas sociais”, completou Ilan Cohen, de 58 anos, que se deslocou 50 quilômetros para participar da manifestação.
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Apesar de ser um evento sem vinculação a nenhuma força política, o nome mais mencionado como alternativa a Netanyahu foi o de Isaac Herzog, líder da coalizão Campo Sionista, que aglutina a centro-esquerda israelense e representa o maior desafio para o atual premiê renovar seu mandato.
No entanto, segundo Esther Levy, de 82 anos, o desejo de uma mudança é maior que qualquer tendência política. “Netanyahu sempre tenta nos assustar. Coloca Israel em conflitos sob o pretexto que precisamos nos defender, tenta nos induzir medo. Mas nós não estamos assustados”, assegurou Esther com firmeza.
A poucos dias do pleito antecipado por causa de divergências internas no governo de coalizão liderado por Netanyahu, o eleitorado se debate perante uma agenda política que, em algumas ocasiões, segundo alguns críticos, não aborda os verdadeiros problemas de Israel.