O rei Abdullah, da Jordânia, afirmou à BBC nesta terça-feira (02/02) que seu país está em “ponto de ebulição” devido ao grande fluxo de refugiados sírios que recebe. No momento, os refugiados já são quase 20% da população jordaniana.
“Pela primeira vez, não conseguimos mais fazer isto”, disse o rei Abdullah. Segundo ele, os serviços públicos, a infraestrutura e a economia do país estão sob pressão. Além disso, 25% da verba federal está sendo gasta com os refugiados, que enfrentam dificuldades para conseguir empregos.
Agência Efe
Encontro do rei Abdullah (dir) com o ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond
Estão na Jordânia 635 mil dos 4,6 milhões de sírios registrados como refugiados pela ONU. Apenas 1% deles, contudo, possuem carteiras de trabalho.
NULL
NULL
“Os jordanianos estão sofrendo tentando encontrar empregos, a pressão na infraestrutura e no governo está prejudicando o sistema educacional e de saúde. Cedo ou tarde acho que a barragem vai estourar”, disse Abdullah.
O rei foi a Londres pedir auxílio financeiro, de longo prazo, para seu país. Na última quinta-feira (28/01), a União Europeia havia prometido cerca de € 2 bilhões (mais de R$ 8,7 bi) para auxiliar refugiados sírios na Jordânia, Líbano e Iraque.
No mês passado, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que pressionaria a União Europeia a flexibilizar as normas de exportação para a Jordânia, para impulsionar o crescimento econômico.
O rei avisou que se a Jordânia não receber ajuda, a crise humanitária provocada pelo alto fluxo de refugiados irá piorar. “Esta semana será muito importante para os jordanianos verem se haverá ajuda não só para os sírios mas para o futuro dos próprios jordanianos. Para a comunidade internacional, nós sempre estivemos lado a lado com vocês. Agora estamos pedindo sua ajuda, vocês não podem recusar desta vez”, concluiu.