O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a afirmar nesta segunda-feira (18/03) que há um plano em desenvolvimento nos Estados Unidos contra o candidato presidencial da oposição, Henrique Capriles, para promover um “golpe contra a paz e a estabilidade” de seu país.
Efe (16/03/2013)
Candidato do bloco de oposição ao governo, Henrique Capriles seria alvo de atentado planejado pela ultradireita
“O candidato sabe que tem todas as garantias para fazer sua campanha em liberdade, porque vamos evitar qualquer loucura contra ele”, disse Maduro, reiterando que disponibilizou, através do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional), proteção ao oposicionista, que estaria ameaçado.
As novas declarações de Maduro sobre o plano contra o candidato do bloco de oposição MUD (Mesa da Unidade Democrática) e governador do estado de Miranda, que disputará com Maduro as eleições marcadas para 14 de abril, foram feitas durante um encontro com equipes de logística para sua campanha.
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Segundo ele, a denúncia de que cúmplices da ultradireita querem “fazer algo” contra Capriles se trata da “verdade absoluta” oriunda de “testemunhos e informação direta de primeira mão”. “Como sabem que vão perder as eleições de 14 de abril, estes setores estão preparando um golpe contra a paz e estabilidade da república [venezuelana]”, afirmou.
O presidente interino venezuelano disse ainda que o objetivo do atentado seria “enraivecer e deixar o povo venezuelano louco”, levando o país à violência. Após afirmar que Capriles contará com garantia de segurança provida pelo governo, Maduro pediu “consciência e apoio de todo o povo da Venezuela porque essa gente faz cálculos macabros”.
Maduro pediu ao presidente norte-americano Barack Obama que “detenha esta loucura”, e afirmou que há fatores “no Pentágono e na CIA” sobre o suposto atentado. “Se uma investigação mínima for feita, [Obama] verá que é verdade”, afirmou Maduro.
A implicação de Otto Reich, ex-subsecretário dos EUA para a América Latina e de Roger Noriega, embaixador norte-americano na OEA (Organização dos Estados Americanos), no plano foi novamente apontada por Maduro, que já havia mencionado os diplomatas em sua primeira denúncia pública, na última quarta-feira (13/03), sobre a existência de um plano para atentar contra a vida de Henrique Capriles.
“O que vou dizer o direi responsavelmente. Foram detectados planos da ultradireita vinculada a Roger Noriega e Otto Reich nos EUA para cometer um atentado contra o candidato presidencial da oposição, Henrique Capriles Radonski”, disse o presidente interino na ocasião, quando afirmou ter colocado “toda a proteção policial e de segurança” para líder da MUD.
O governo dos EUA, por sua vez, negou que seus funcionários planejem assassinar Capriles. “Deixem-me dizer de uma maneira extremamente clara: Os Estados Unidos rechaçam categoricamente as acusações de qualquer participação em qualquier trama para desestabilizar ou prejudicar alguém na Venezuela”, disse a porta-voz do Departamento de Estado do país, Victoria Nuland, em coletiva de imprensa, segundo a Agência Efe.
Reich escreveu, neste domingo, em uma série de posts em seu perfil no Twitter, que tem a “honra de negar em todos os sentidos esta acusação absurda e desafiar Maduro a que apresente as ‘provas’ que afirma ter”, escreveu. Segundo ele, a denúncia é uma “mentira maliciosa” derivada de “uma estratégia cubana ditada a Maduro para distrair o povo da Venezuela”.
O ex-subsecretário dos EUA para a América Latina esreveu ainda que “essas acusações são tão distantes da realidade que podem muito bem ser uma cortina de fumaça atrás da qual o governo da Venezuela planeja eliminar Capriles”. Noriega também se manifestou na rede social, classificando a hipótese como “uma acusação idiota”.