Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, debateram a atual crise na fronteira entre as duas nações em uma reunião na noite de segunda-feira (21/09) em Quito, capital do Equador. Ambos concordaram em retornar seus respectivos embaixadores aos seus postos e em abrir uma investigação sobre a situação na divisa, que já dura um mês
Os dois mandatários latino-americanos se comprometeram a seguir sete pontos, como “a progressiva normalização da fronteira”, a “coexistência dos modelos econômicos, políticos e sociais de cada país” e “um chamado ao espírito de irmandade e à unidade, propiciando um clima de mútuo respeito e convivência”.
EFE
Maduro, Vázquez, Correa e Santos se reuniram em Quito
O encontro foi mediado pelos presidentes do Equador, Rafael Correa, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, que detêm a presidência pró-tempore da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e da Unasul (União das Nações Sul-Americanas).
Segundo Santos, foi decidido investigar “alguns incidentes na fronteira de violação do espaço aéreo” colombiano, bem como trabalhar conjuntamente na luta contra os grupos criminosos, o narcotráfico e o contrabando.
Embora tenha expressado respeito às medidas de Maduro perante a crise, como o fechamento parcial da fronteira e as deportações de colombianos em situação irregular, o presidente colombiano destacou necessidade de respeitar os direitos humanos de seus cidadãos, reportou a Agência Efe.
NULL
NULL
Por sua vez, Maduro manifestou contentamento com a “vontade política” de ambos diante de um assunto que define como “complexo e delicado”. “Hoje triunfou a paz entre nossos povos. Só com a cooperação de ambos os países superaremos os conflitos”, afirmou.
Na quarta (23/09), haverá uma reunião de ministros dos dois países em Caracas, com o intuito de discutir “temas sensíveis” na região fronteiriça.
Paramilitares
A atual tensão na fronteira teve início em 18 de agosto, quando Maduro divulgou um vídeo que revelava o funcionamento de uma rede de apoio às ações de 30 grupos paramilitares, treinados na Colômbia e com vínculos nos Estados Unidos, com o propósito de provocar atos violentos na Venezuela.
No dia seguinte desse episódio, Caracas decretou o fechamento parcial da fronteira, ao que se seguiu a expulsão de mais de 1.600 colombianos de território venezuelano, conforme números da ONU (Organização das Nações Unidas).
Com 2.219 quilômetros de extensão, a divisa entre Colômbia e Venezuela também é uma região em que grupos desenvolvem contrabandos, principalmente de combustíveis baratos venezuelanos e tráfico de drogas colombianas.