O presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou que está pronto a dialogar com a oposição e abriu a possibilidade de mediação de outros países. A afirmação foi dada à agência de notícias russa RIA em entrevista concedida nesta quarta-feira (30/01).
“Estou pronto para me sentar à mesa de negociações com a oposição para falar pelo bem da Venezuela, pelo desejo de paz e pelo futuro”, afirmou Maduro.
Na entrevista o chefe de Estado venezuelano elencou alguns países e organizações que têm demonstrado sinceras preocupações com a situação do país e a vontade de que a situação seja normalizada. Ente eles México, Bolívia, Rússia, Vaticano e “alguns governos europeus”, além do Uruguai.
“Há diversos governos e organizações no mundo que demonstraram sua sincera preocupação com a Venezuela e que exortaram ao diálogo”, afirmou. “Vou enviar cartas oficiais para que apoiem o diálogo na Venezuela na forma que quiserem”, disse o mandatário.
Novas eleições
Além de demonstrar abertura ao diálogo com a oposição, na opinião do presidente legítimo, seria “muito positivo organizar eleições legislativas antecipadas para o parlamento venezuelano, seria uma boa forma de debate político e uma solução com o voto popular”.
Com relação à novas eleições presidenciais, Maduro esclareceu mais uma vez que estas tiveram lugar há apenas 10 meses e foram realizadas conforme todas as regras constitucionais, quando obteve 68% dos votos, o que legitima seu mandato.
Sobre a chance de convocar um novo pleito para o executivo foi taxativo: “Que esperem até 2025”.
Tentativa de assassinato
Um dos assuntos abordados na entrevista concedida à RIA foi o atentado sofrido pelo presidente há alguns meses. Questionado se tem medo de que isso possa acontecer novamente o presidente da Venezuela assegurou não ter medo de ser assassinado. “Em primeiro lugar, meu destino está nas mãos de Deus, sou cristão e acredito na proteção de Deus. Todo o tempo o povo da Venezuela me protege, temos inteligência eficaz”.
Apesar disso, Maduro acusou o presidente norte-americano Donald Trump de ter dado ordem às autoridades da Colômbia para assassiná-lo e disse que se algo acontecer com ele, os EUA devem ser responsabilizados.
“Sem dúvida, Donald Trump deu a ordem de me matar e disse ao governo colombiano e às máfias da oligarquia colombiana que me matassem. Se algo me acontecer algum dia, Donald Trump e o presidente da Colômbia, Ivan Duque, serão os responsáveis”, disse.
Apesar da declaração contundente, Nicolás Maduro reforçou a disposição para se encontrar com Donald Trump, onde e quando quiser, para discutir todas as questões a fim de normalizar as relações bilaterais.
* Com ANSA e Sputinik
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Em entrevista à agência de notícia russa RIA, presidente venezuelano se diz disposto a dialogar com a oposição e responsabiliza EUA caso ‘al