O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, disse nesta segunda-feira (27/06) que o Reino Unido mantém seu compromisso de reter a soberania sobre as ilhas Malvinas, reivindicadas pela Argentina, e afirmou que seu governo estaria disposto a utilizar a força para defendê-la.
Fox se pronunciou desta maneira em uma sessão posterior a uma conversa que deu no centro de estudos Reform de Londres, na qual se referiu aos últimos comentários da presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, que acusou a Grã-Bretanha de ser uma “grosseira potência colonial em declínio”.
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O ministro vinculou as declarações de Cristina, que também tachou o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, de “arrogante” e “medíocre”, com a proximidade das eleições, e advertiu que os políticos argentinos podem falar o quanto quiserem, pois isso não afetará a vontade do Reino Unido.
“Os políticos do outro lado do mundo podem falar à vontade que isso não mudará nossa determinação política de reter a independência e a soberania das ilhas Malvinas”, declarou Fox.
“Temos (aviões) estacionados ali. Lançamos uma mensagem muito clara, que é a de que temos também a força naval, se ela for necessária, e certamente a determinação de assegurar-nos de que as ilhas Malvinas continuam sendo livres e de que sua gente desfruta da libertação pela qual lutamos tão duramente há 30 anos”, acrescentou o ministro.
Resposta
O governo da Argentina chamou de “lamentáveis” as declarações do ministro da Defesa britânico, sobre a insistente reivindicação de soberania pelo país sul-americano sobre as Ilhas Malvinas e a disposição do Reino Unido em utilizar a força para defender seus direitos no território.
Segundo a Chancelaria argentina, as declarações de Fox “evidenciam mais uma vez a atitude militarista do Reino Unido no Atlântico Sul, que contrasta com a intenção de uma resolução pacífica do conflito insistentemente defendida pela Argentina”.
O governo de Cristina Kirchner afirmou estar “comprometido” com a busca por uma “solução pacífica”, mas advertiu que “não aceitará provocações belicistas como as formuladas pelo ministro da Defesa britânico”.
“Em uma época em que o mundo ainda sofre as consequências de uma grave crise econômica, as referências do ministro britânico à excessiva despesa militar de seu país é particularmente infeliz, já que ditos recursos podem ser empregados de maneira mais adequada em benefício da população”, disse o Ministério.
“A história está cheia de exemplos de governantes que apelaram para um falso nacionalismo como distração de seus problemas internos. Também conhecemos suas lamentáveis consequências”, acrescenta a nota.
Buenos Aires lembrou também que o Comitê Especial de Descolonização das Nações Unidas e a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos renovaram recentemente os apelos para um início das negociações entre a Argentina e o Reino Unido sobre a soberania das Malvinas.
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