O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou nesta quarta-feira (28/7) à OEA (Organização dos Estados Americanos) de ser “um instrumento do imperialismo” dos Estados Unidos, e defendeu o papel que a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) pode ter para mediar o conflito entre a Venezuela e a Colômbia.
Morales falou sobre o assunto depois de se reunir com o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, para analisar o plano de paz para a Colômbia que será apresentado amanhã em Quito.
Ao ser consultado sobre uma possível mediação da OEA no conflito bilateral, Morales rejeitou a proposta e qualificou a instituição de “instrumento do imperialismo americano”.
Leia mais:
Chanceler venezuelano diz que giro pela América do Sul busca evitar “ações desesperadas” da Colômbia
Venezuela rompe com Colômbia
Análise: Por que Chávez rompeu relações com a Colômbia
“Se há algum problema com temas democráticos, algum problema binacional ou trinacional, com uma reunião de presidentes resolvemos. Não precisamos de nenhum mensageiro do imperialismo americano para resolver nossos problemas internos”, disse.
Para ele, os presidentes da Unasul devem intervir perante qualquer problema que se apresente na região, como ocorreu na Bolívia em 2008 quando o líder denunciou uma tentativa de golpe de Estado da oposição.
O governante boliviano também afirmou que a paz na América Latina só será possível se a Colômbia conseguir uma solução interna para seu conflito.
“Se há paz na Colômbia, se a intromissão estrangeira acabar, acabarão as bases militares na Colômbia”, acrescentou.
Morales também disse que seu chanceler, David Choquehuanca, pedirá ao presidente temporário da Unasul, o presidente equatoriano Rafael Correa, que, uma vez que Manuel Santos assuma o governo da Colômbia, se organize uma cúpula presidencial da América do Sul.
A reunião, segundo o presidente boliviano, permitirá debater “a portas fechadas seriamente os problemas da integração” na região.
Já o chanceler venezuelano disse que foi à Bolívia para tratar dos “perigos que espreitam” à região, “produto de uma corrida enlouquecida de agressões por parte do governo da Colômbia contra a Venezuela” e chamou de “mentiras e manipulações” as supostas provas apresentadas pelo governo de Álvaro Uribe perante a OEA para sustentar que na Venezuela há presença da guerrilha colombiana.
O chanceler venezuelano iniciou na segunda-feira (26/7) uma viagem por sete países da região para tratar da crise que levou Caracas a ruptura das relações diplomáticas com Bogotá.
Maduro já se reuniu com os governos do Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile e Peru, e concluiu sua viagem na Bolívia.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL