Atualizado às 21h47
A morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ocorrida nesta terça-feira (05/03), já repercute entre as principais autoridades internacionais. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, do Peru, Ollanta Humala e da Bolívia, Evo Morales, entre outros, se manifestaram com profundo pesar.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, prestou suas condolências à população e ao governo da Venezuela após tomar conhecimento do falecimento. “É a primeira notícia que tenho e, embora pretenda fazer mais adiante um discurso formal, quero enviar minhas mais sentidas condolências à família do presidente Chávez, assim como ao povo e ao governo da Venezuela”, disse Ban à imprensa na sede das Nações Unidas.
Em nota oficial, o governo equatoriano lamentou o que chamou de “perda irreparável”. “Nestes momentos difíceis, Equador reitera os sentimentos de amizade especial que nos une à Venezuela. A fraternidade inseparável entre os dois povos e o legado que deixa a vida esse memorável revolucionário seguirá fortalecendo as relações entre os dois países e a integração da América Latina”.
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, lamentou o falecimento por meio do Twitter: “Comovidos pela morte de nosso querido amigo e comandante de Revolução Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez. O levaremos em seu coração”.
O presidente do Peru, Ollanta Humala, deu “adeus ao comandanate e amigo Hugo Chávez (…) Gostaria de desejar nesse momento difícil para o povo venezuelano unidade e reflexão, que as coisas ocorram de maneira pacífica e no âmbito democrático”.
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O ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya disse à agência Efe que o presidente venezuelano era “o coração do povo”, e que seu falecimento “enluta a América Latina”. “O comandante Chávez é um herdeiro de mil batalhas em nossa sociedade latino-americana. Deixa uma tristeza profundo em nossos povos”, enfatizou Zelaya.
O secretário argentino de Comunicação Pública, Alfredo Scoccimarro, recordou que “quando a Argentina precisou de ajuda, em menos de 24 horas tivemos a resposta da Venezuela”, disse em declaração à imprensa. “Essas coisas não serão caladas por nenhum editorial”, afirmou. Também lembrou que “a relação da América Latina será fortalecida no marco do Mercosul”.
O presidente do Uruguai, José Mujica, expressou sua dor ao mesmo tempo em que afirmou sua confiança no “povo venezuelano”, em seu governo e na “força da democracia no país”, da qual o falecido governante “foi um grande construtor”.
“Sentimos um profundo pesar. Sempre se sente a morte, mas quando se trata de um militante de primeira linha, de alguém que uma vez defini como 'o governante mais generoso que tinha conhecido', a dor tem outra dimensão”, afirmou Mujica em um breve comunicado publicado no site da Presidência uruguaia.
No México, o presidente Enrique Peña Nieto também lamentou a morte de Chávez e enviou condolências à família e ao povo venezuelano assim como fez igualmente o chefe de Estado do Chile, Sebastián Piñera.
A presidente brasileira Dilma Rousseff lamentou a morte do venezuelano Hugo Chávez. Chorando, Dilma classificou Chávez como “um grande latino-americano” e “amigo do povo brasileiro”.
“Hoje lamentavelmente, e com tristeza, eu digo para vocês que morreu um grande latino-americano, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos e centro-americanos. O presidente Chávez foi, sem dúvida, uma liderança comprometida com seu país e o desenvolvimento dos povos da América Latina”, afirmou Dilma. Ela cancelou uma viagem à Argentina para acompanhar o funeral do venezuelano.
O presidente dos EUA, Barack Obama, não chegou a expressar qualquer pesar sobre a morte do chefe de Estado venezuelano. Em comunicado, apenas afirmou que os EUA estão interessados em começar um “novo relacionamento” com a Venezuela e que apoia o povo do país nesse “novo capítulo”. “Nesse momento desafiador da morte do presidente Hugo Chávez, os Estados Unidos reafirmam seu apoio ao povo venezuelano e seu interesse em construir um relacionamento construtivo com o governo venezuelano”.
Repercussão interna
“Quando a Venezuela começa um novo capítulo em sua história, os EUA permanecem comprometidos com políticas que promovam os princípios democráticos, o primado da lei, e o respeito aos direitos humanos”, disse.
Na Venezuela, membros do governo mostram comoção com o falecimento do presidente. O ministro da Defesa da Venezuela, Diego Molero, disse que as Forças Armadas da Venezuela chamou a população venezuelana a “continuar lutando pelo ideal que impulsionou o presidente venezuelano Hugo Chávez”.
Para o ministro da Cultura, Pedro Calzadilla, Chávez foi o principal promotor da leitura no país nos último anos. “Sua liderança se fará presentira e na IX Feira Internacional do Livro da Venezuela”, que se realizará entre os dias 8 varço no Teatro Teresa Carreño, em Caracas, “onde se continuará a luta para ganhar espaços contra a ignorância e a dominação”. De acordo com o ministro, o falecido presidente tinha consciência de que “sem o suporte do livro como ferramenta emancipadora, não há garantia de uma transformação profunda como a que estamos passando no país”.